Um homem de 61 anos foi detido para cumprimento da medida de coação de prisão preventiva, no passada quarta-feira, dia 9 de julho, pela Polícia de Segurança Pública (PSP) de Leiria, por ser suspeito de tráfico de estupefacientes. Outros dois suspeitos terão de se apresentar bissemanalmente num posto policial.
Num comunicado, a PSP dá conta de que esta detenção foi no âmbito da Operação Código que, em janeiro de 2025, culminou "com o cumprimento de seis detenções e várias buscas domiciliárias e não domiciliárias".
As autoridades referem ainda que "já havia sido decretada pelo Tribunal Judicial de Leiria, a medida de coação de prisão preventiva para três dos seis detidos". Aos restantes foi-lhes aplicada a medida de coação de Termo de Identidade e Residência.
No entanto, "o Departamento de Investigação e Ação Pena (DIAP) recorreu da decisão" no que diz respeito "aos cidadãos que ficaram apenas com Termo de Identidade e Residência".
Por isso, o Tribunal da Relação de Coimbra "veio a aplicar a um suspeito de 61 anos de idade a medida de coação mais gravosa", a de prisão preventiva. Já os outros dois suspeitos, de 76 e 77 anos, "terão de se apresentar bissemanalmente no posto policial mais próximo da sua residência".
De recordar que, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, no que diz respeito às rotas de tráfico de droga, o tráfico de haxixe por via marítima continua a registar um elevado número de ocorrências na costa algarvia, sendo esta uma zona que exige atenção redobrada por parte das autoridades. Ainda assim, no total, a quantidade apreendida caiu no ano passado mais de 80% face a 2023, e foram também feitas menos apreensões.
Os dados indicam ainda que ocorreu uma diminuição de 28,3% deste tipo de crimes. O número de apreensões de droga também desceu 24,7%, assim como o número de detenções, que caiu 36,6%. Só as quantidades apreendidas de heroína e ecstasy - 127,7% e 138,3%, respetivamente - é que aumentaram.
A nível geográfico, Lisboa foi o distrito onde as autoridades apreenderam mais haxixe e cocaína no ano passado, enquanto o Porto foi o distrito onde foi apreendida mais heroína.
O documento revelou ainda que foram detidas 4.820 pessoas, sendo a maioria de nacionalidade portuguesa (3.694).
As organizações criminosas têm, de um modo geral, uma elevada capacidade tecnológica e financeira e, segundo o RASI, podem recorrer à corrupção de funcionários, quer do setor público, quer do setor privado, para conseguirem movimentar a droga, sobretudo cocaína.
Aliás, no tráfico de cocaína, o RASI alertou para uma ameaça que tem vindo a aumentar nos últimos anos e que está relacionada com a infiltração das redes criminosas nos portos marítimos e nos aeroportos, através do recrutamento de funcionários.
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