"O país depara-se com casos como o mais recente, onde uma mulher perde o seu bebé após um périplo de duas semanas por cinco hospitais da Grande Lisboa e, no penúltimo hospital, esta mulher recusa-se a ir para casa", sustentou o Observatório, em comunicado.
"Finalmente, o Hospital de Santa Maria faz a admissão, induzindo o parto, contudo o bebé não resiste. As queixas desta mulher nestas duas semanas não foram ouvidas, nem acompanhadas", sublinhou no documento.
O OVO considerou que o caso demonstra "o desmembramento" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e questionou onde está a articulação entre as unidades locais de saúde e o acompanhamento de proximidade que deixa as mulheres dependentes de uma linha telefónica "mal estruturada e sem capacidade" para garantir a correta vigilância na gravidez.
Para o observatório, o Governo segue uma política de "pensos rápidos e opacidade". O país, defendeu, precisa rapidamente de recuperar "a segurança, a dignidade e a humanidade no SNS".
O OVO PT exigiu, assim, que o Ministério da Saúde sirva "todas as necessidades do país" e garanta o acesso à saúde de todas as pessoas em Portugal.
"Vimos por este meio exigir publicamente a demissão da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, por não estar a conseguir reunir consensos, e por manifestar absoluto desconhecimento sobre como resolver os graves problemas que a saúde enfrenta atualmente em Portugal", justificou o Observatório.
"Lisboa e Vale do Tejo tem três milhões de pessoas. É a área onde se encontram mais urgências fechadas nos últimos quatro anos, sendo que face a 2023, os fechos aumentaram mais de 40% em 2024 e em 2025 esses fechos estão menos expostos por abandono estratégico do portal na consulta da visão real dos dados, que são cada vez mais escassos", de acordo com o documento.
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