A presidente do parlamento da Madeira, Rubina Leal, disse hoje que a classe média regional enfrenta "desafios exigentes" e alertou para o cenário mundial de "turbulência e transformação", vincando ser imperativo que a região mantenha seu rumo.
"O acesso à habitação e a conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional são temas que requerem respostas concretas e eficazes", declarou, considerando que a classe média é o pilar da economia e da estabilidade social da região.
Rubina Leal (PSD) falava na sessão solene comemorativa do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, que hoje se assinala, no salão nobre da Assembleia Legislativa, no Funchal.
"A autonomia que hoje celebramos não é apenas um marco histórico ou um legado constitucional. É, sobretudo, um instrumento de construção ativa do nosso presente e do nosso futuro", disse, para logo reforçar: "Mais do que estatísticas ou indicadores, a verdadeira medida do sucesso político reside na qualidade de vida dos cidadãos que representamos".
A presidente do parlamento madeirense, onde estão representados PSD, CDS-PP (partidos que suportam o Governo Regional em coligação), JPP, PS, Chega e IL, sublinhou que o trabalho digno deve ser valorizado, mas argumentou que o apoio às famílias não se esgota na economia e exige uma "estratégia demográfica sólida e humanista".
"A natalidade, o envelhecimento, o cuidado aos dependentes são temas que pedem políticas estruturadas, contínuas e duradouras", defendeu.
Rubina Leal disse, por outro lado, que a Madeira deve saber acolher e valorizar os imigrantes, mas realçou que a integração pressupõe "organização, regras e condição social".
"Um povo que foi acolhido também sabe acolher. Neste particular, e neste dia, deixo uma palavra de apreço às comunidades madeirenses, que são o expoente máximo da madeirensidade no mundo e que fazem parte do nosso povo, ainda que não residindo na região", reforçou.
A social-democrata considerou, por outro lado, que a atividade política está atualmente sob o olhar "altamente escrutinador, atento e crítico dos cidadãos" e alertou para a necessidade de os políticos serem mais transparentes.
"Foi nesse espírito de responsabilidade que se deu um passo firme na consolidação da confiança institucional, com a criação, consubstanciada no Orçamento Regional [para 2025], de um gabinete autónomo da Transparência e Prevenção da Corrupção, com um coordenador eleito pela Assembleia Legislativa da Madeira", lembrou.
Rubina Leal advertiu que a autonomia não se resume ao que já foi alcançado e alertou para a "responsabilidade de continuar a construir um projeto coletivo, inclusivo e ambicioso", colocando sempre interesses da Madeira acima de quaisquer outros.
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