"Aquilo que estamos a fazer é ir para além do que é o pensamento do território - se é Loures, se é Lisboa -, mas é olhar para as pessoas e fazer aquilo que tínhamos de fazer", afirmou o presidente da câmara da capital, Carlos Moedas (PSD), referindo que o prolongamento do percurso da carreira de autocarros 731 pretende assegurar melhores condições de transporte público para a população.
A "viagem inaugural" contou também com a presença do presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão (PS), que chegou à paragem de autocarro na Praça José Queirós, em Lisboa, uns cinco minutos antes de Carlos Moedas, para ambos experienciarem o percurso da carreira 731 até Sacavém.
"Não estamos aqui a inaugurar nada, estamos a verificar que está a funcionar", ressalvou o presidente da Câmara de Lisboa à chegada ao local.
Segundo informação no 'site' da Carris, "a partir do dia 24 de junho (terça-feira), a carreira 731 será prolongada até Sacavém".
Antes de entrarem no autocarro, o autarca de Lisboa foi abordado por cidadãos que vivem em casas municipais ao lado da paragem e que se queixaram de problemas nas habitações, tendo contactado a empresa municipal Gebalis, responsável pela gestão dos bairros, no sentido de resolver as situações.
Apesar de o ponto de encontro ter sido na paragem de autocarro, a comitiva não entrou num qualquer veículo da carreira 731, deixando primeiro passar pelo menos um e acabando por viajar numa viatura nova e 100% elétrica, onde já estavam elementos da Carris e que foi acomodando os passageiros que estavam nas paragens até Sacavém.
No final do percurso, em declarações aos jornalistas, Carlos Moedas reforçou que o prolongamento da carreira da Carris até Sacavém, mantendo-se o terminal da Avenida José Malhoa, "é uma grande mudança para a qualidade de vida das pessoas", porque evita que levem o carro para Lisboa e traz mais comodidade.
O novo percurso da carreira 731 vai permitir "uma redução de transbordos e maior conforto para a população", assim como uma ligação direta a zonas com elevada procura como a Rotunda do Relógio, Campo Grande - Avenida Brasil, Cidade Universitária e Sete Rios, passando por hospitais da cidade de Lisboa, nomeadamente Santa Maria.
"É este tipo de investimento e é este pensamento metropolitano que tem de ser feito em relação à Carris, obviamente também a Carris Metropolitana, que é muito importante, mas a Carris tem aqui um papel central", afirmou o autarca de Lisboa, destacando o trabalho da empresa municipal também no elétrico 16, previsto para 2028, que fará a ligação entre o Terreiro do Paço e o Parque Tejo, e que, depois, ligará com o BRT (Bus Rapid Transit), que é responsabilidade da Câmara de Loures.
O Carlos Moedas realçou ainda a "boa cooperação" com o autarca de Loures: "É um orgulho, mas é sobretudo um exemplo que damos, um exemplo de que, como presidentes de câmara, estamos acima dos partidos".
Também o socialista Ricardo Leão enalteceu a capacidade de trabalhar em conjunto com o presidente da Câmara de Lisboa e disse que o prolongamento do percurso da carreira 731 vai servir "milhares de pessoas" que vivem na zona de Sacavém e que, antes, tinham de ir a pé até à Portela para apanhar o autocarro ou tinham de levar o carro para dentro de Lisboa.
"Aos anos que nós pedíamos isto, até na anterior administração da Câmara de Lisboa [sob presidência do socialista Fernando Medina]. Pedimos e era do meu partido e não conseguimos, portanto conseguimos agora e, por isso, isto demonstra bem aquilo que é servir as pessoas", declarou o autarca de Loures.
Questionado sobre os problemas no funcionamento da Carris, Carlos Moedas respondeu que "queixas de 14 anos não se resolvem em três anos", numa alusão à anterior gestão do PS, e destacou o investimento em curso de 165 milhões de euros, inclusive a aquisição de "mais de 400 autocarros" e a transição dos veículos de energia fóssil para elétricos.
"É preciso investir e, depois, ter resultados, mas nunca ninguém investiu a comprar como nós neste mandato", salientou.
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