Na cimeira da NATO, que decorreu em Haia, nos Países Baixos, os países aliados acertaram o objetivo de atingir 5% do PIB em despesas militares até 2035, meta exigida pelo presidente norte-americano, que atribuiu a si uma "grande vitória". O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo foi questionado, esta quinta-feira, pelos jornalistas sobre se foi uma cimeira feita para agradar a Donald Trump, mas rejeitou fazer "comentários desse género" pois considera que o que "está em causa é a defesa e segurança coletiva".
"Os assuntos são de uma elevada relevância e não podem ser reduzidos a essa simplicidade de agradar, são situações verdadeiramente complexas em termos políticos. Há uma agressão em curso na Europa, o mundo está instável e há uma necessidade de reforçar a defesa", explicou.
Sobre se concorda com o objetivo de atingir 5% do PIB em despesas militares até 2035, rejeitou ter dito isso. "A percentagem será aquela que for adequada aos diversos países e isso é um assunto da governação, que terá de fazer esse papel e encontrar a forma de conseguir fazer esse investimento na defesa", atirou o também almirante.
Gouveia e Melo reforçou ainda que "a realidade é que o investimento na defesa tem de aumentar, não porque haja um desejo dos militares, mas porque há um agressor dentro da Europa, que preocupa os países europeus".
O candidato presidencial assumiu ainda de que se trata de uma "meta muito ambiciosa", mas, elaborou: "alguém vai ter de julgar onde é que se põe a fasquia. Se for inferior pode afetar a segurança europeia. Qual é o preço da segurança europeia, quando é que valorizamos a nossa segurança? Terá de ser decidido pelos governos e pela opinião pública".
Recorde-se que os 32 países da Aliança Atlântica acordaram hoje um aumento do investimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área da defesa até 2035, com uma revisão dos objetivos em 2029.
Montenegro, que admitiu que está em causa um objetivo difícil, estimou que, nos próximos quatro anos, Portugal andará "acima dos 2% do PIB" com uma "evolução gradual ascendente" para em 2029 estar em posição de poder cumprir os 3,5% em 2035.
Os aliados saem de Haia com uma revisão intercalar agendada para 2029, ano em que termina o segundo mandato presidencial de Donald Trump e que a Casa Branca terá um novo inquilino.
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