"Penso que é justo dizer que é um fracasso do ponto de vista dos princípios humanitários. Não estão a fazer o que uma operação humanitária deve fazer, ou seja, prestar ajuda às pessoas onde elas se encontram", afirmou Jens Laerke, porta-voz da agência de coordenação da ajuda humanitária das Nações Unidas (OCHA), em Genebra.
A distribuição de alimentos e produtos básicos na Faixa de Gaza, sujeita a um bloqueio por Israel e devastada por mais de 20 meses de guerra, tornou-se cada vez mais difícil e perigosa no território palestiniano, ameaçado pela fome, segundo a ONU.
As agências da ONU e as principais organizações não-governamentais, nomeadamente internacionais, que trabalham na Faixa de Gaza, recusam-se a colaborar com a fundação, uma organização criada recentemente nada e com um funcionamento opaco.
As organizações consideram que a GHF militariza a ajuda e não a distribui equitativamente no enclave palestiniano, entre outras críticas.
Desde 26 de maio, quando iniciou as suas operações no terreno, e até quinta-feira, a GHF afirma ter distribuído 18,6 milhões de refeições.
Dezenas de palestinianos foram mortos não muito longe dos locais de distribuição da fundação.
No início de junho, cerca de 30 pessoas foram mortas por tiros de soldados israelitas, de acordo com a Defesa Civil de Gaza, controlada pelo grupo islamita Hamas. Israel falou em tiros de advertência.
Laerke reiterou que a ONU está pronta para retomar as operações de ajuda humanitária em grande escala assim que Israel permita novamente a passagem de um número suficiente de camiões de ajuda.
Leia Também: AIEA alerta que ataques têm "sérias implicações para segurança nuclear"