"Tivemos que lidar com o constrangimento das greves e com algumas situações de falhas técnicas, mas de uma forma geral, correu bem", relatou o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.
Mais crítico, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) José Feliciano Costa questionou o propósito das provas que disse representarem mais constrangimentos para alunos e professores, sem qualquer vantagem aparente.
"A conclusão é esta: confusão, caos e alunos que, além de tudo aquilo que nós já descrevemos, fizeram as provas sobre conteúdos que não foram lecionados", relatou, explicando que o ano letivo, para os alunos do 1.º ciclo, termina no final do mês de junho e, por isso, os professores têm ainda um quase um mês de matéria para ensinar.
Por outro lado, desde que as provas ModA arrancaram que a Fenprof tem relatado problemas informáticos como falhas na rede, códigos de acesso inválidos e computadores inoperacionais.
Além das dificuldades relatadas, o dirigente sindical questionou a utilidade das provas, sustentando que as condições de realização foram muito díspares e, assim, os resultados não são comparáveis.
"Os resultados não refletem realidade nenhuma, a forma como isto está a ser aplicado nas escolas não é uniforme, nem pouco mais ou menos", acrescentou.
Durante as três semanas em que decorreram as provas, a Fenprof teve em curso uma greve a todo o serviço relacionado, como trabalho de secretariado, vigilância e correções.
Sem precisar, José Feliciano Costa referiu que em algumas escolas a adesão foi significativa e Filinto Lima confirmou que a greve teve impacto.
Por outro lado, o secretário-geral da Fenprof referiu que cerca de um terço das escolas teve de suspender as aulas e outras atividades para realizar as provas.
Segundo o Ministério da Educação, Ciência e Inovação, os alunos têm de ter, no mínimo, 180 dias efetivos de atividades escolares e as aulas perdidas têm de ser compensadas.
A Fenprof, por sua vez, questiona de que forma serão compensadas e ameaça avançar para greve caso haja um prolongamento do ano letivo, mas Filinto Lima desvaloriza.
"Nenhuma escola fechou todo o dia", começou por referir, explicando que os maiores constrangimentos foram da parte da manhã e, nesses casos, muitas escolas organizaram visitas de estudo e outras atividades para compensar, privilegiando as aulas dos alunos que vão realizar provas e exames no final do ano letivo.
Terminadas as provas ModA, Filinto Lima sublinhou que o grande desafio serão as provas finais do 3.º ciclo, que se realizam nos dias 20 e 25 de junho e pela primeira vez em formato digital.
Para o representante dos diretores escolares, as provas ModA, que diz terem implicado "uma logística imensa muito equiparada a uma prova final de 9.º ano", ajudaram as escolas a preparar-se para esse momento.
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