"A Coesão Territorial mereceria um ministro que não acumulasse a economia", afirmou Luísa Salgueiro à Lusa, depois de questionada sobre a escolha de Manuel Castro Almeida para assumir o Ministério da Coesão Territorial, que já liderava, e que, agora, acumula com a Economia.
Segundo Luísa Salgueiro, também presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, a escolha de Castro Almeida é uma "opção de continuidade" e alguém que já conhece bem os dossiês que a ANMP tem em aberto.
Desejando-lhe um bom mandato, a socialista referiu que é preciso decidir sobre muitas matérias pendentes.
Manuel Castro Almeida vai continuar a assegurar a execução dos fundos Europeus, mas agora terá em mãos a Economia, deixada por Pedro Reis, numa altura em que a resposta à política tarifária dos EUA está em fase de arranque.
O advogado, de 67 anos, assumiu no anterior Governo a tarefa de garantir a execução dos fundos europeus, em particular, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), cujo prazo termina em meados do próximo ano.
Agora, o ministro terá de somar estas funções com a pasta da Economia, que, até então, estava entregue a Pedro Reis.
Enquanto titular da 'pasta' dos fundos europeus comprometeu-se, após a reprogramação do PRR, a garantir a sua execução antes do final de 2026.
No último mandato, o ministério de Castro Almeida esteve envolvido numa das maiores polémicas do Governo, na sequência da aprovação de alterações ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), conhecida como lei dos solos, que entrou em vigor no final de janeiro de 2025.
Castro Almeida é uma figura muito considerada no partido em temas como a coesão, descentralização de competências e lei das finanças locais.
Dos cargos que desempenhou destaca-se ainda o de administrador da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte entre 1982 e 1991.
Em 1991 foi eleito deputado pela primeira vez na bancada do PSD, foi vice-presidente do grupo parlamentar e coordenou os social-democratas nas comissões parlamentares de Economia, Finanças e Plano, Educação, Ciência e Cultura e Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
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