"Esta missão assume particular importância no atual quadro de grande instabilidade e de guerra que se vive na Europa porque assinala o compromisso das Forças Armadas portuguesas com a defesa coletiva e com a necessidade de, conjuntamente com os aliados, operarmos no Atlântico, no Mar do Norte, no Mar Báltico", sublinhou o almirante Nobre de Sousa, chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), na Base Naval de Lisboa, situada no concelho de Almada, Setúbal.
O almirante falava à imprensa depois de se ter dirigido aos 176 militares (incluindo 30 mulheres) que partiram hoje no Navio da República Portuguesa (NRP) Bartolomeu Dias para integrar a 'Standing NATO Maritime Group 1' e participar na operação 'Brilliant Shield'.
Nobre de Sousa realçou que estes militares portugueses vão contribuir para a proteção "de infraestruturas críticas submarinas" que "foram objeto de alguns ataques", destacando que se trata da força naval "de maior prontidão da Aliança Atlântica".
"Portugal está a fazer aquilo que é solicitado pela Aliança Atlântica. Há, inclusive, países com marinhas, com maior capacidade do que a Marinha Portuguesa, que não terão uma participação tão regular como nós e, portanto, para um país que neste momento tem duas fragatas operacionais e capazes de responder aos mais elevados padrões de exigência da NATO, este contributo é significativo e até diria que é, normalmente, mais valorizado lá fora do que nós próprios, às vezes, temos noção daquilo que é o contributo em si mesmo", salientou.
Momentos antes, na cerimónia de largada, quando se dirigiu à guarnição da Bartolomeu Dias, o chefe da Marinha já tinha alertado para as atuais "dinâmicas geopolíticas desafiantes, marcadas por tensões regionais e disputas territoriais, pela intensificação das ameaças híbridas e por uma crescente competição pelo domínio, controlo e utilização dos espaços marítimos".
"O regresso dos conflitos ao solo europeu redefiniu perceções e riscos de ameaças. Estes acontecimentos e o atual contexto reforçaram a centralidade da NATO enquanto alicerce da defesa coletiva. A Aliança Atlântica continua a ser um bastião de estabilidade, de dissuasão e de resposta rápida a crises e a sua eficácia depende da prontidão, da versatilidade e do empenho de todos os seus membros", destacou.
Nobre de Sousa considerou que, ao participar nesta missão, Portugal não está apenas a "cumprir obrigações internacionais" mas também a afirmar a sua presença, competência e "firme compromisso para com a defesa coletiva e a segurança global".
O almirante manifestou "firme confiança" nos militares que partiram hoje, na sua "disciplina, camaradagem e coesão".
"Sei que representarão Portugal com dignidade, com competência e com o espírito de missão que caracteriza os marinheiros portugueses desde sempre. (...) Serão guardiões da paz e da segurança num mundo que precisa mais do que nunca de estabilidade, de tolerância e de cooperação", afirmou.
Os militares, que tinham alguns familiares presentes para a despedida no cais, têm regresso marcado à Base Naval de Lisboa a 22 de agosto.
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