Falta de vagas em creches? "Sistema está ao contrário, deve ser revisto"

Declarações de Rodrigo Queiroz e Melo, presidente da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo.

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Notícias ao Minuto
23/05/2025 09:14 ‧ há 8 horas por Notícias ao Minuto

País

Creches

O presidente da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, Rodrigo Queiroz e Melo, defendeu, esta sexta-feira, no programa 'Esta Manhã', da TVI, que a decisão do Governo de disponibilizar mais 5 mil vagas para crianças em idade pré-escolar, através de acordos com o privado, "é uma ótima ideia", mas "peca por tardia" e é insuficiente.

 

"Isto é uma ótima ideia. O Governo disse há poucos meses que faltam vagas, mas há vagas, há capacidade instalada no país, no particular e cooperativo. Portanto, vamos encontrar forma de apoiar os pais para fazerem essa opção. Só peca por tardia porque andamos há muitos anos com falta de vagas", começou por dizer, acrescentando esta medida é ainda assim "insuficiente".

"Não deixa de ser estranho que, faltando 10 mil lugares, estejam apenas a concurso 5 mil, que é apenas metade. Por isso, temos casos de pessoas que não tiveram vaga, que tiveram de deixar o trabalho, mas estão a gastar dinheiro no subsídio de desemprego e formação profissional e não precisam porque podem e querem trabalhar", atirou o responsável.

Para Rodrigo Queiroz e Melo, "o sistema está pensado ao contrário". "Estamos a pensar na infraestrutura em vez de nas pessoas [...], estamos a olhar para o país de uma forma muito estadista em vez de olharmos para as pessoas".

Além disso, na sua opinião, o valor pago pelo Governo aos privados para ajudar a combater a falta de vagas é, também, diminuto.

"Em locais em que as turmas não estejam cheias, vamos receber mais crianças. Mas ninguém pode abrir uma nova sala para 25 crianças, mesmo que tenha equipamentos, porque os 208 euros por criança e 15 mil euros por cada nova sala de creche é manifestamente insuficiente", explicou, acrescentando que "se uma educadora ganha 1.700 euros e uma auxiliar 1.300, em média, é necessário dobro" do valor.

"Aliás, a Segurança Social para as creches das IPSS dá 208, mas depois paga os salários acima de 1.100 euros. Portanto, houve aqui um erro e é preciso mais dinheiro para fazer fase ao problema", notou.

Por essa razão, para Rodrigo Queiroz e Melo, "o sistema tem de ser revisto". "Isto foi uma situação de emergência, há dois ou três meses, mas agora, com uma nova configuração política em Portugal, onde recorrer ao setor particular e cooperativo deixou de ser uma anátema e faz sentido, o país precisa, os pais precisam", atirou, acrescentando que não é por falta de meios financeiros que não muda.

"Não é falta de dinheiro, porque pagam subsídio de desemprego e formação profissional aos pais que não podem trabalhar pelos filhos não terem vaga. E pagarem-lhe em vez de 208 euros mais? E criarem um sistema mais fácil, que lhes permita ir online ver onde é que há vaga e ir por a criança? É mais barato para o país. Não é falta de dinheiro. O sistema é que foi criado e construído a pensar em rede. Não, tem de se criar um sistema – o que hoje em dia é fácil - a pessoa vê online onde é que há vaga e inscreve-se lá", concluiu.

Leia Também: Dona de creche ilegal condenada por morte de bebé de 11 meses

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