Uma das cinco mulheres que vendiam imóveis 'online' e são suspeitas de burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento de capitais no setor imobiliário, na zona do Algarve, ficou em prisão preventiva, segundo fonte judicial.
De acordo com uma nota do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Évora, realizado o primeiro interrogatório judicial e "verificados os perigos de fuga, perturbação do inquérito e de continuação da atividade criminosa", o Ministério Público (MP) "promoveu aplicação da medida de coação de prisão preventiva, relativamente a uma das arguidas, a suspensão do exercício de funções de solicitadoria e a proibição de contactos entre si e testemunhas nos autos, relativamente às restantes, quadro coativo que mereceu total concordância do Juiz de Instrução Criminal".
As cinco arguidas, uma de nacionalidade estrangeira e as restantes portuguesas, com idades compreendidas entre os 39 e os 72 anos, estão indiciadas, pela prática de, pelo menos, 40 crimes de burla qualificada, 35 de falsificação de documento e um de branqueamento.
Em conferência de imprensa, na semanada passada, o diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Portimão, Joaquim Trindade, referiu que as cinco mulheres detidas ao abrigo da operação Chave na Mão são uma agente imobiliária, que tem entre 40 e 50 anos e já tinha tido um escritório, em Portimão, e quatro solicitadoras, que formavam, em conjunto, uma "teia complexa".
Os factos, praticados desde 2022, consistiam, sobretudo, na formulação de contratos-promessa de compra e venda de imóveis, com base em documentação adulterada, que permitiu, em alguns casos, a celebração de escrituras definitivas de compra e venda de imóveis, bem como a obtenção de empréstimos bancários.
De acordo com o diretor da PJ de Portimão, na maioria das vezes, as pessoas nem visitavam os imóveis em causa, sendo que a agente tinha os dados dos proprietários e dos imóveis por lhe terem sido entregues, pelos próprios proprietários, para fazer a sua gestão para arrendamento e alojamento local.
Neste momento, as diligências de investigação efetuadas já permitiram identificar mais de 30 vítimas, de várias nacionalidades, incluindo portuguesas.
"Com esta ação, quatro das arguidas conseguiram obter quantias em dinheiro estimadas, neste momento, em mais de três milhões de euros", indica o DIAP Regional de Évora.
As investigações prosseguem sob a direção do DIAP Regional de Évora com a coadjuvação da Polícia Judiciária de Portimão.
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