O julgamento que decorreu há cerca de um ano condenou a sete meses de prisão o ex-líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, e a 15 o arguido conhecido como 'Polaco', ambos com pena suspensa.
Com este pedido, no decurso da 11.ª sessão do julgamento, no Tribunal de São João Novo, no Porto, o MP visa comprovar um "padrão de comportamento" apresentado por ambos em contexto de complexo desportivo.
Ademais, solicitou ainda a certidão de arquivamento de uma queixa contra o chefe da PSP Bruno Branco, testemunha no caso.
A queixa notava que o polícia teria sido autor de uma agressão na Assembleia Geral do FC Porto de novembro 2023 e agido como segurança pessoal do atual presidente dos 'dragões', André Villas-Boas, com o alegado lesado, que também está alistado como depoente na Operação Pretoriano, a ter desistido de avançar com o processo.
As defesas manifestaram oposição ao primeiro pedido e parte das mesmas requereram um pedido de vista relativamente ao segundo, tendo o Tribunal estipulado que terão de analisar o conteúdo e pronunciar-se até à sessão do julgamento seguinte, agendada para a próxima terça-feira.
Ao longo da tarde, foram ainda chamados a prestar declarações dois vigilantes de uma empresa de segurança privada que prestaram serviços aos 'azuis e brancos' na AG, que assumiram que houve "descontrolo" face aos acontecimentos, nomeadamente no processo de credenciação, com o roubo de pulseiras de entrada.
"Éramos poucos, apenas uns 10, e perdemos o controlo", admitiu o segundo a depor.
Este segurança relatou também que viu Fernando Madureira na posse de pulseiras, mas rejeitou ter visto o arguido a retirar pulseiras de uma caixa e feito a sua distribuição, entrando em contradição com o que havia assegurado em sede de inquérito.
Por este motivo, a procuradora solicitou uma certidão para que fosse instaurado um processo à testemunha por falsas declarações.
Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram em 17 de março a responder por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob forte aparato policial nas imediações.
Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno de uma AG do FC Porto, em novembro de 2023.
Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases.
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