O círculo eleitoral da Madeira elege seis deputados e passa a ser representado na Assembleia da República por quatro forças partidárias.
Na penúltima legislatura (2022), o PSD/CDS e o PS dividiram os lugares com três eleitos cada, um cenário que se alterou no sufrágio seguinte (2024), com os socialistas a perderem um lugar, que passou a ser ocupado por um representante do Chega, ficando reduzido a dois parlamentares.
Nas antecipadas de hoje, a situação repetiu-se e o PS perdeu um deputado, ficando apenas com um eleito na bancada do partido em São Bento, enquanto o Juntos Pelo Povo (JPP) conseguiu eleger um representante na Assembleia da República pela primeira vez.
O PSD/Madeira, que durante décadas concorreu sozinho neste tipo de ato eleitoral, desde 2022 que se apresenta em coligação com o CDS/PP, e, segundo os dados provisórios divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, aumentou hoje a sua votação para 57.447 votos (41,35%), tendo obtido 35,58% nas últimas nacionais.
Esta coligação reforçou a sua posição porque venceu nos 11 concelhos da Madeira, inclusive nos municípios governados pelo PS, nomeadamente Machico (36,40%), Ponta do Sol (50,73%) e Porto Moniz (43,09%), sendo esta última câmara municipal no norte da ilha liderada pelo eleito dos socialistas, Emanuel Câmara.
O PSD/CDS ultrapassou os 50% da votação nos concelhos da Ponta do Sol (50,73%), Calheta (58,01%), Santana (50,67%).
A coligação voltou a eleger Pedro Coelho (que foi presidente do município de Câmara de Lobos), surgindo em segundo lugar Vânia Jesus que foi deputada na Assembleia da República entre 2009-2011 e também manteve o lugar do professor e ex-jornalista Paulo Neves, que está na bancada social democrata em São Bento desde 2015.
O Chega tornou-se o segundo partido mais votado neste sufrágio na região, com 29.038 votos (20,90%), surgindo nesta posição no principal concelho da Madeira, o Funchal (20,42%), também na Calheta (16,99%), Ponta do Sol (19,73%), Santana (18,38%), São Vicente (20,58%), Ribeira Brava (21,96%), Câmara de Lobos (25,68%) e Porto Santo (21,52%).
O Chega reelegeu Francisco Gomes, um ex-deputado do PSD no parlamento da Madeira, na Assembleia da República e Assembleia Municipal do Funchal.
O Juntos Pelo Povo (JPP), partido que tem na sua génese um movimento de cidadãos que surgiu em Santa Cruz e vem reforçando a sua força nesta região autónoma, sendo atualmente o principal partido da oposição na Madeira, vai estrear-se com um deputado na Assembleia da República, fruto dos 17.115 votos (12,32%) que obteve na região.
O JPP apresentou-se pela primeira vez numas eleições nacionais em 30 de janeiro de 2022, mas falhou a eleição. Em 2024, ficou a cerca de 500 votos de assegurar um lugar em São Bento e hoje elegeu como representante na AR o presidente do município de Santa Cruz, Filipe Sousa, desde 2013, que se candidatou pela segunda vez e quer ser "a voz das ilhas" na República na próxima legislatura.
Quanto ao PS, passou a ser a terceira força mais votada na Madeira, tendo obtido 18.704 votos (13,46%), quando, nas últimas legislativas nacionais, os socialistas reuniram 29.723 votos (19,84%).
O atual presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, Emanuel Câmara, que cumpre o terceiro mandato, e foi líder dos socialistas madeirenses entre 2018 e 2022, é o deputado eleito pelo PS, mas será substituído por Sofia Canha até terminar as suas funções autárquicas.
Nestas eleições a Iniciativa Liberal (IL) obteve 3.657 votos (2,63%), o BE 1.870 votos (1,35%), PCP/PEV 1.763 votos (1,27%), o Livre 1.749 (1,26%), ADN 1.554 votos (1,12%), o PAN 1.445 votos (1,04%), o PPM 454 votos (033%), a ND 432 votos (0,31%), o PTP 421 votos (0,30%), o MPT 358 votos (0,26%), o RIR 346 votos (0,25%), o Ergue-te 187 votos (0,13%).
Estavam inscritos 255.801 eleitores, votaram 54,31% e a abstenção foi 45,69%, tendo sido de 41,15% nas eleições de 2024.
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