A ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, voltou a referir o interesse de Portugal em reforçar "interligações" energéticas com França, numa entrevista ao jornal espanhol El País, para combater o isolamento do país no mercado ibérico e diminuir a probabilidade de novas falhas de energia, como aconteceu no apagão de 28 de abril.
No entanto, o país de Emmanuel Macron não está interessado e tem colocado "barreiras ao mercado interno", apesar de os governo ibéricos terem exigido mais pressão a Bruxelas.
"A França não tem interesse em acelerar as nossas interligações por causa da sua energia nuclear", afirmou Maria da Graça Carvalho ao jornal espanhol.
Esta não foi a primeira vez que Maria da Graça Carvalho tocou no assunto. Há duas semanas, em entrevista ao Eco após o apagão, revelou que "tem sido difícil" reforçar a "ligação da Península Ibérica com a França".
"Não há muito interesse da parte da França, mas isso teria ajudado bastante. Portanto, mais interligações, mais armazenamento, uma modernização da rede, uma digitalização, armazenar dados, utilizar inteligência artificial. Podemos avançar muito na modernização e digitalização da rede. Portanto, falta-nos fazer isso", explicou, na altura, a ministra da Energia.
O El País refere também que a governante "enfrentou a pior emergência energética em Portugal das últimas décadas", que o país ultrapassou em "pouco mais de dez horas", tendo Maria da Graça Carvalho passado a "madrugada de terça-feira acordada, enquanto o país regressava à normalidade".
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