"Acho que já tinha ficado claro que o Presidente da República quereria um governo de condições e de estabilidade, e não um governo para durar mais um ano, ou seis meses. E isso reforça aquilo que eu tenho dito, que só uma vitória do Chega à direita poderá garantir essa estabilidade", afirmou, em declarações aos jornalistas no arranque de uma arruada em Viana do Castelo.
Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que quer nomear um Governo com a certeza de que o respetivo programa será viabilizado no parlamento, o que considerou ser "a questão fundamental" nesta matéria.
André Ventura considerou que com o atual líder do PSD, Luís Montenegro, "essa estabilidade não é possível", e com o PS também não.
"A AD já venceu o ano passado e não tivemos estabilidade [...]. O PS venceu e não teve estabilidade. A única alteração que há, a única diferença que há, é que o Chega nunca venceu", sustentou.
Questionado se está disposto a dialogar com os sociais-democratas após as eleições legislativas de 18 de maio, o líder do Chega disse que nunca se furtou ao diálogo e aprovou o que "tinha de aprovar, independentemente da cor partidária de quem estava do outro lado".
"Se eu não tiver maioria, vou ter que conversar, vou. Mas já o ano passado eu estava disponível para fazer essa maioria", indicou, dizendo que foi o PSD que não a quis.
"Nós não seremos a muleta de um novo governo para acontecer o mesmo que aconteceu agora. Nós acreditamos que vamos liderar esse espaço, transformar esse espaço e na transformação desse espaço haverá todas as condições para conversarmos e para termos um governo maioritário", afirmou.
E voltou a indicar que o seu objetivo é ganhar estas eleições.
"Os outros têm que se adaptar a essa vitória, transformar-se e aceitar a realidade. Não interessa o não é não, se os portugueses disserem que sim, é sim", defendeu.
André Ventura considerou também que, se o Chega vencer as legislativas de 18 de maio, "obrigará toda a direita a reconfigurar-se, obrigará todo o espaço do centro-direita a ter uma mudança de atitude, como já se verificou noutros países".
"Garantiremos um governo de quatro anos para todos. E a esquerda poderá espernear, atirar-se ao ar, pode fazer patadas no parlamento, nós teremos uma maioria", afirmou, sustentando que as sondagens antecipam "uma maioria entre o Chega e o PSD".
"Nós não podemos estar a prometer às pessoas um governo estável, quando sabemos que há protagonistas que não querem fazer isso. E Luís Montenegro não quis o ano passado e não quer este ano fazer isso. Portanto, perante este cenário, os portugueses têm que discutir o que é que querem", salientou.
Questionado se admite viabilizar um programa de Governo da AD, Ventura lembrou que o Chega já viabilizou o programa deste Governo: "já viabilizámos no passado".
O presidente do Chega indicou também que um eventual governo liderado pelo Chega será constituído por "nomes que não se pautarão pela sua militância partidária, mas pela sua competência".
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