Em comunicado, o movimento considera que as ações ocorridas num dos pontos de venda da semana académica "são de mau gosto, de violência simbólica, estrutural e profundamente machista", considerando não se tratar de tradição, mas sim de misoginia.
O mais grave, adianta, tudo isto ocorre "num espaço de vulnerabilidade", onde há consumo de álcool, adrenalina social e pressão grupal, "fatores que comprometem qualquer ideia real de consentimento".
As críticas surgem na sequência de "alegados comportamentos sexistas" praticados na barracas do curso de Engenharia Mecânica no evento, organizado pela Associação Académica da UAlg, decorada com apelos à exibição do corpo feminino em troca de bebidas.
O R8M considera que "mesmo após a condenação pública e da academia, as associações responsáveis reagiram "com desdém e infantilismo, com piadas e argumentos vazios de liberdade de expressão".
"Não é exagero nem puritanismo" realça o movimento, lembrando que o problema "é real e atinge centenas de estudantes todos os anos, sobretudo mulheres e minorias de género".
Ao tomar conhecimento do caso, o reitor da UAlg, Paulo Águas, ordenou a abertura de um inquérito para apurar a existência de responsabilidade disciplinar por parte dos estudantes envolvidos e exigiu à Associação Académica o fim dos comportamentos sexistas.
Em comunicado, a academia assegurou que "não tolera, nem compactuará com comportamentos" de estudantes ou de membros da comunidade académica, que "atentem contra a dignidade de todos os cidadãos", independentemente da sua ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
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