A pergunta foi enviada no mesmo dia em que o Parlamento Europeu (PE) vai debater a grave falha -- ocorrida em Espanha e cujas causas estão ainda por identificar - que deixou Portugal sem energia elétrica no dia 28, durante cerca de dez horas, tendo Madrid só conseguido repor totalmente a normalidade no dia seguinte.
Os eurodeputados debatem às 15:00 (14:00 em Lisboa) com o Conselho da União Europeia (UE) e a Comissão Europeia formas de tornar a rede elétrica mais resiliente, na sequência do apagão que afetou Espanha, Portugal e partes de França.
Na pergunta escrita enviada, os seis eurodeputados do PSD e a do CDS questionaram o executivo comunitário sobre a "frequência com que a Comissão se reuniu com o Grupo de Alto Nível para as Interconexões do sudoeste da Europa e quais foram os resultados", lembrando que este grupo foi criado há dez anos.
Os eurodeputados lembram que o corte evidenciou "graves vulnerabilidades e a necessidade urgente de uma infraestrutura energética resiliente", sublinhando que "apesar dos compromissos assumidos na Declaração de Madrid de 2015 e dos acordos subsequentes, bem como dos projetos de interesse comum e mútuo, a Península Ibérica continua a ser uma das regiões menos interligadas da UE, o que constitui uma questão de segurança energética para toda a União".
A Comissão Europeia é ainda questionada sobre que as investigações em curso sobre as causas do incidente, como será garantida a transparência do processo de averiguação e como podem ser evitados fenómenos semelhantes.
A modernização da rede de energia para melhor adequação às fontes renováveis e como estas alterações se alinham com o objetivo de haver 15% de interligação entre a Península Ibérica e o resto da UE até 2030 são também questões levantadas.
Em 28 de abril, um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade, bem como uma parte do território de França.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou a criação de um comité para investigar as causas deste apagão, que classificou como "excecional e grave", e que deixou Portugal e Espanha às escuras.
A organização vai investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final sobre o incidente.
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