Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a corticeira refere que, excluindo o efeito de alteração do perímetro de consolidação decorrente da venda da participação na Timberman Denmark, as vendas teriam subido 1,3%.
"Num ambiente de elevada incerteza e volatilidade, decorrente do atual contexto geopolítico, que caracterizou os primeiros meses de 2025, a estabilidade das vendas da Corticeira Amorim evidencia a resiliência do nosso modelo de negócio", considera o presidente e presidente executivo (CEO) do grupo, António Rios de Amorim, citado no comunicado.
Até março, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado totalizou 39,3 milhões de euros, abaixo dos 43,7 milhões do período homólogo, enquanto a margem EBITDA se cifrou em 17,1% (18,6% no primeiro trimestre de 2024), "penalizada sobretudo pelo aumento dos preços de consumo de matérias-primas cortiça e da qualidade da cortiça dos lotes trabalhados".
"De salientar o contributo positivo para a rentabilidade decorrente da redução dos custos de estrutura e de maiores eficiências industriais", lê-se no comunicado.
As vendas da unidade de negócios (UN) Amorim Cork aumentaram 4,8% para 92,4 milhões de euros, representando 82% das vendas consolidadas da Corticeira Amorim no primeiro trimestre.
Já a UN Amorim Cork Solutions -- criada no início do ano para agregar a Amorim Cork Flooring, Amorim Cork Composites e Amorim Cork Insulation - registou um decréscimo de vendas de 25,0%, "penalizadas por menores níveis de atividade, particularmente no segmento de produtos de pavimentos", e também pelo impacto da alteração do perímetro de consolidação, sem o qual a quebra das vendas se teria ficado pelos 10,7%.
No final de março, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 160,7 milhões de euros, menos 35 milhões do que a 31 de dezembro de 2024, refletindo essencialmente a geração de fluxos de caixa e a redução das necessidades de fundo de maneio (8,8 milhões de euros).
Considerando que a recente criação da Amorim Cork Solutions "marca uma nova etapa na história da empresa" e "resultará num fortalecimento do negócio 'não rolha'", o CEO da Corticeira Amorim afirma que "a melhoria significativa da rentabilidade desta unidade de negócio, já no final de março, evidencia os efeitos de uma gestão mais eficiente das operações e de otimização de ativos existentes, bem como das sinergias decorrentes da partilha de meios e recursos".
No âmbito deste novo modelo organizativo, a unidade de produção de cortiça expandida localizada em Silves será transferida, durante o mês de junho, para a unidade localizada em Vendas Novas.
O objetivo é permitir "uma maior competitividade" do negócio de cortiça expandida, que a Corticeira Amorim diz querer relançar, beneficiando da "maior proximidade das matérias-primas utilizadas e da concentração dos investimentos necessários para obtenção de maior produtividade".
[Notícia atualizada às 10h10]
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