A REN -- Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.
O apagão registou-se às 11:30 de Lisboa.
"O incidente de hoje na rede elétrica europeia, envolvendo uma linha de muito alta tensão (400kV), trouxe transtornos inesperados a muitos cidadãos e empresas", afirmou João Annes, apontando que "situações como esta, apesar de preocupantes, não são inéditas".
Isto porque "em abril de 2023, um apagão no sistema elétrico nórdico sofreu perturbações que afetaram a Suécia, Finlândia, Noruega e o leste da Dinamarca, que acabaram superados graças ao empenho e à rápida reação dos técnicos e operadores do sistema elétrico".
Referindo que é "importante que a população mantenha a calma" enquanto "as empresas e autoridades estão a trabalhar intensamente para restabelecer o fornecimento e garantir a segurança da rede", o responsável salienta que "estes episódios mostram a importância de investir numa rede elétrica robusta e numa cooperação europeia eficaz, mas sobretudo a capacidade de resiliência das nossas infraestruturas críticas".
João Annes salientou que "na UE já existem vários instrumentos legais para proteção de infraestruturas críticas, e um deles foi recentemente transposto para a legislação nacional, através, do decreto-lei n.º 22/2025, de 19 de março, que transpõe a diretiva (UE) 2022/2557 (conhecida como Diretiva CER - Critical Entities Resilience Act) e que, apesar da sua importância, passou, de certa forma, despercebido à grande maioria dos portugueses".
Segundo este novo normativo, explica, considera-se "'infraestrutura crítica' qualquer ativo, instalação, equipamento, rede ou sistema cuja perturbação teria um efeito significativo na prestação de serviços essenciais à sociedade, saúde, economia, segurança pública ou ambiente, e como 'entidade crítica'" a pessoa coletiva (pública ou privada) responsável por operar infraestruturas críticas e prestar serviços essenciais.
O diploma prevê, entre outras coisas, "uma avaliação nacional de risco periódica, envolvendo entidades com competências em cibersegurança, para apoiar a identificação de entidades críticas e a adoção de medidas de resiliência, cabendo ao secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, a aprovação dos planos de resiliência das entidades críticas, sejam elas públicas ou privadas", disse.
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