Construtora do hospital modular de Ponta Delgada contactada após incêndio

A empresa MBW - Modular Builders, Lda, que construiu o hospital modular em Ponta Delgada, após o incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), foi contactada pelo Governo dos Açores, logo no dia seguinte ao fogo de 04 de maio de 2024.

Hospital de Ponta Delgada, incêndio

© Facebook / Nuno Martins Neves

Lusa
24/04/2025 16:47 ‧ 24/04/2025 por Lusa

País

Açores

"Contactaram a MBW no dia 5 de maio, não no contexto de um hospital modular, mas para aferir do tipo de soluções que teríamos para um possível internamento de doentes", explicou Mário Fernandes, sócio-gerente da empresa, ouvido hoje na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Incêndio no HDES, reunida em Ponta Delgada.

 

Segundo o empresário, o contacto telefónico foi feito diretamente pela secretária regional da Saúde e da Segurança Social, Mónica Seidi, que tem sido acusada de impor a solução do hospital modular, como forma de recuperar a atividade assistencial daquela unidade de saúde, em vez de investir na recuperação do edifício principal, danificado pelo incêndio.

Durante a audição parlamentar, Mário Fernandes lembrou que a intenção inicial do executivo de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), era construir um hospital modular de pequena dimensão, aproveitando a área do heliporto, apenas com duas valências (um serviço de urgência e um internamento com 120 camas).

"Era uma solução de 1.675 metros quadrados. Na altura só estávamos a conseguir pôr 92 camas, mas não era porque não quiséssemos cumprir as 120, era apenas para tentar ficar dentro do quadradinho do heliporto, para tentar mitigar o custo das infraestruturas", justificou o sócio-gerente da MBW, ouvido pelos deputados.

O empresário lembrou que, aos poucos, os membros do Conselho de Administração do HDES foram sugerindo alterações ao projeto inicial do hospital modular, de forma a incluir também um bloco operatório, um bloco de partos, urgência pediátrica e serviços de neonatologia, além de equipamentos de Raio X, TAC e até ressonância magnética, o que fez derrapar os valores iniciais da obra, orçada em 11 milhões de euros.

"O que é certo é que, em 31 de agosto, a urgência estava a ser inaugurada", apenas 34 dias após a adjudicação da obra, disse Mário Fernandes, realçando que, mesmo com todas as alterações introduzidas ao projeto, a empresa conseguiu cumprir os 60 dias de prazo inicialmente previsto.

Questionado sobre se o hospital modular poderia vir a ser instalado noutra ilha, em caso de catástrofe (faculdade que tinha sido anunciada pelo executivo açoriano como uma das grandes vantagens desta opção), o depoente garantiu que isso seria possível, apesar da sua complexidade, e do custo financeiro associado, que poderia rondar 30% do seu valor inicial.

O sócio-gerente da MBW disse também que nenhum dos membros do Conselho de Administração do HDES manifestou, na altura, qualquer oposição à opção do hospital modular, posição que contraria as afirmações feitas esta quarta-feira pela então presidente, Manuela Gomes de Menezes, que disse que se fosse obrigada a adjudicar essa empreitada, iria demitir-se.

"A dr.ª Manuela Menezes, no nosso entender, sempre foi um catalisador da solução! Nós sentíamos que toda a gente estava no mesmo comprimento de onda!", insistiu Mário Fernandes, recordando que a ex-administradora participou em quase todas as reuniões de trabalho em que esteve presente e nunca se opôs aquele investimento.

O incêndio que deflagrou no dia 04 de maio no HDES, na ilha de São Miguel, teve origem "em baterias de correção do fator de potência", e foi combatido durante cerca de sete horas pelos bombeiros voluntários, obrigando à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.

Leia Também: Sindicato alerta para falta de segurança em cadeias dos Açores

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas