"A minha defesa será feita em tribunal", afirmou o ex-autarca à entrada do Tribunal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, para mais uma audiência de julgamento.
Sem querer prestar mais declarações, Patrocínio Azevedo assinalou, apenas, que foi difícil gerir emocionalmente a situação e que passou a primeira noite em família.
Patrocínio Azevedo, que estava em prisão preventiva desde maio de 2023, foi libertado ao final da tarde de terça-feira, tendo ficado sujeito a apresentações periódicas às autoridades três vezes por semana e proibido de contactar com os restantes arguidos.
Além do ex-vice-presidente da Câmara de Gaia, também o empresário Paulo Malafaia, igualmente arguido no processo Babel e em prisão preventiva desde maio de 2023, foi libertado e sujeito a apresentações periódicas.
Apesar de satisfeito com a alteração da medida de coação, Paulo Malafaia não quis prestar declarações aos jornalistas.
O coletivo de juízes alterou também a medida de coação ao advogado João Pedro Lopes, que estava em prisão domiciliária, para apresentações às autoridades.
A Operação Babel, relacionada com a alegada viciação e violação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia, tem 16 arguidos, incluindo Patrocínio Azevedo, os empresários do ramo imobiliário Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera, acusados de dezenas de crimes económicos como corrupção e tráfico de influências.
O MP sustenta que Elad Dror, fundador do grupo Fortera, e Paulo Malafaia "combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul", contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice de Gaia, que receberia em troca dinheiro e bens materiais, como relógios.
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