Gandra d'Almeida também terá acumulado funções em Hospital de Gaia

O CEO do Serviço Nacional de Saúde demissionário terá também trabalhado como tarefeiro no Hospital de Gaia nos mesmos anos em que já teria acumulado funções noutras urgências.

António Gandra d'Almeida, SNS,

© Facebook/Exército Português

Notícias ao Minuto
19/01/2025 16:40 ‧ 19/01/2025 por Notícias ao Minuto

País

António Gandra D'Almeida

O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), cuja demissão foi proposta e aceite na sexta-feira, terá também prestado serviços no Hospital de Gaia nos mesmos anos em que era cargo dirigente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e até ao ano passado, altura em que foi escolhido para o cargo de CEO do SNS.

 

A notícia é avançada pelo jornal Público este domingo, dias depois de uma investigação da SIC ter dado conta de que o CEO agora demissionário, António Gandra D'Almeida, tinha acumulado funções de diretor da delegação regional Norte do INEM com as de médico tarefeiro nas Urgências de Faro e Portimão.

A primeira informação já dava conta de que Gandra d'Almeida tinha recebido cerca de 200 mil euros 'extra', dado que a acumulação destas funções é incompatível. Agora, o Público especifica que entre novembro de 2021, quando se tornou dirigente do INEM, e meados de 2024, o médico fazia cirurgias nas Urgências do Hospital de Gaia, como médico tarefeiro.

Segundo o diário, em 2022 tripulou também as viaturas do INEM no Hospital de Abrantes. O Público nota ainda que este último serviço estava assinalado num documento oficial do Centro Hospitalar do Médio Tejo, mas Gandra d'Almeida nega que tenha acumulado o serviço nesta área com o cargo como dirigente do INEM: "Se fui, de certeza foi antes de ir para dirigente do INEM. Isso tenho a certeza", disse.

À mesma publicação, o CEO demissionário reforça que agiu conforme a lei, e diz que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que vai investigar o caso, "fará o seu trabalho e logo se verá da legalidade ou não".

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Notícias ao Minuto com Lusa | 23:32 - 17/01/2025

 Próximo CEO será conhecido nos "próximos dias"

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, não demorou muito a aceitar a demissão de Gandra d'Almeida, e, em comunicado, depois do pedido de demissão, a tutela adiantou: "O Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde, António Gandra d'Almeida, apresentou, esta noite, à Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, o seu pedido de demissão do cargo que desempenha. Atendendo às circunstâncias e a importância de preservar o SNS, a Ministra da Saúde aceitou o pedido de demissão".

O ministério garantiu que o próximo CEO será apresentado "nos próximos dias" e, no dia seguinte, o Governo foi pressionado a arranjar um nome rapidamente - tanto pela Ordem dos Médicos, como outras associações e sindicatos. Já os partidos também comentaram a situação, referindo os bloquistas, entre outras reações, que querem ouvir Gandra d'Almeida e, mais recentemente (hoje), que a ministra se demita.

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A Ordem dos Médicos pediu um novo CEO do SNS "já segunda-feira", enquanto o SIM e a FNAM "lamentam a instabilidade" e o “desnorte” do ministério. Já o BE pediu uma audição urgente de Gandra d'Almeida e da ministra da Saúde no Parlamento. Pedro Nuno acusa o Governo de "falhanço". Fique a par das reações à demissão.

Cátia Carmo com Lusa | 16:25 - 18/01/2025

Os contratos e a transferência de quotas

Os contratos de Gandra d'Almeida com os hospitais foram celebrados através de duas empresas do próprio - Raiz Binária e a Tarefas Métricas -, mas o Público aponta que muitos deles não aparecem no portal de contratação pública Base. O médico terá transferido as quotas que tinha nestas firmas - uma unipessoal e outra com três empregados - para os filhos menores. 

Leia Também: Montenegro "tem mais motivos para estar intranquilo" após demissão no SNS

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