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Petição contra ampliação de aviário em Leiria tem mais de 700 assinaturas

Uma petição contra a ampliação de um aviário na União das Freguesias de Monte Redondo e Carreira, no concelho de Leiria, para uma produção anual estimada em 4,5 milhões de frangos, somava hoje de manhã cerca de 740 assinaturas.

Petição contra ampliação de aviário em Leiria tem mais de 700 assinaturas

© Reuters

Lusa
17/01/2025 12:06 ‧ há 7 meses por Lusa

País

Aves

Na petição pública disponível na Internet, intitulada "Contra a ampliação do aviário da Quinta de D. Dinis na localidade de Aroeira", os subscritores manifestam desagrado e oposição ao projeto proposto pela Meigal, do Grupo Lusiaves, alegando risco para a saúde pública e impacto ambiental.

 

O abaixo-assinado, que também está a circular em papel, aponta, por exemplo, "o risco significativo de contaminação dos cursos de água, poluição do ar, degradação do espaço de natureza e paisagem local, e a contribuição significativa para o aumento da resistência aos antibióticos na população".

"(...) Ainda que estejam previstas medidas de mitigação do impacto ambiental que uma produção aviária desta envergadura representa, a população das localidades envolventes à atual produção já sente de forma significativa o impacto ambiental", alertam, salientando que há dias em que o ar é irrespirável, a que acresce ruído constante ou poluição luminosa.

Os subscritores, que avisam para a "necessidade de cuidado ambiental e de preocupação com os riscos para a saúde e qualidade de vida", pedem "a revisão e proibição" do projeto.

À Lusa, um morador realçou as dimensões do investimento, notando que com as atuais instalações já há problemas, incluindo maus cheiros e proliferação de moscas, e teme que "as coisas venham a piorar muito mais", dado que está "tão pertinho em linha reta das casas [um quilómetro]".

"A criação de 10 postos de trabalho é irrelevante face ao impacto expectável", referiu o morador.

A consulta pública do projeto está aberta até ao dia 29 e hoje de manhã a plataforma participa.pt contabilizava 270 participações.

De acordo com o resumo não técnico do estudo de impacto ambiental da Meigal, disponível em participa.pt, aquela quinta "é uma instalação avícola destinada à produção de frangos de engorda, que têm como destino os centros de abate do Grupo Lusiaves".

Atualmente, é composta por dois pavilhões avícolas de reduzidas dimensões (com capacidade para receber 39.622 frangos por ciclo), sendo que o projeto agora sujeito a avaliação de impacto ambiental visa a sua ampliação, com a construção de quatro pavilhões e ações de melhoramento e modernização dos dois existentes.

"Desta forma, será possível receber 767.000 aves por cada ciclo de produção", explica-se no documento, que realça que "esta ampliação vai permitir melhorar a cadeia de fornecimento do Grupo Lusiaves e garantir o cumprimento dos requisitos legais ao nível da qualidade, do ambiente e do bem-estar animal".

Com a concretização do projeto, a quinta "terá capacidade para receber 767.600 aves por ciclo, o correspondente a 4.602.000 aves por ano, considerando a realização de seis ciclos de produção", esperando-se "uma produção anual de 4.509.960 frangos, com uma mortalidade associada ao processo produtivo de cerca de 2%".

De acordo com o documento apresentado pela Meigal, a propriedade está "distante de aglomerados populacionais, apresenta as dimensões adequadas à implantação das infraestruturas necessárias à produção avícola e uma morfologia de terreno plana, o que permite a movimentação de um baixo volume de terras e menor impacte ambiental". Apresenta também boas acessibilidades e permite um bom enquadramento paisagístico, pelo que "não foram consideradas alternativas à localização do projeto".

"Após a elaboração do EIA [estudo de impacto ambiental], concluiu-se que o projeto (...) não implica impactes negativos muito significativos, sendo que os identificados para as fases de construção e de exploração são maioritariamente não importantes ou pouco importantes, e facilmente minimizáveis", lê-se no documento, notando que as medidas de minimização apresentadas para ambas as fases "têm como objetivo reduzir a importância desses impactes" ou evitar a sua ocorrência.

Para a empresa, "o projeto apresenta ainda impactes positivos em termos socioeconómicos", como a dinamização do setor da construção civil e de outras indústrias de materiais, além de "criar postos de trabalho diretos e dinamizar as restantes atividades agroalimentares".

Leia Também: Aviário em Sintra com foco de gripe das aves. Medidas "implementadas"

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