"Já não eram bem tribunais, o juiz só ia de três em três semanas"
No dia em que o novo Mapa Judiciário entra em vigor, a ministra da Justiça deu uma entrevista ao ?Jornal da Noite? da SIC na qual contrariou algumas das opiniões dadas sobre esta reforma. Paula Teixeira da Cruz disse que os ?operadores e os profissionais forenses mostraram-se extremamente tranquilos e satisfeitos com a mudança?.
© Reuters
País Teixeira da Cruz
“Os operadores e os profissionais forenses em geral mostraram-se extremamente tranquilos e satisfeitos com a mudança”. Foi desta maneira que Paula Teixeira da Cruz começou por refutar todas as críticas feitas esta segunda-feira sobre o novo Mapa Judiciário.
Em entrevista ao ‘Jornal da Noite’ da SIC, a ministra da Justiça quis realçar que o objetivo da reforma (novo Mapa Judiciário) “é levar a especialização ao interior”, justificando que “as pessoas tinham que percorrer dois distritos para ter acesso à Justiça” e que agora tal não acontece pois “não há nenhum tribunal que fique a uma distância superior a 59 quilómetros”. Além disso, referiu que poderiam recorrer a “videoconferência”.
A ministra da Justiça destacou ainda que em alguns dos tribunais que foram fechados “já não eram bem tribunais, o juiz já só ia de três em três semanas”. “O juiz de manhã julgava crime, à tarde julgava a falência, isso é uma justiça?”, questionou.
Paula Teixeira da Cruz disse que as instâncias vão agora funcionar “muito mais depressa”, que os tribunais “passam a ter objetivos” e “as pessoas passam a ter a possibilidade de se queixar a órgãos de gestão”
A ministra indicou ainda que “gostaria que a Lei e as instalações fossem vistas” para comprovar que “os contentores não são contentores, são módulos devidamente apetrechados” e que até “celas têm”. Contudo, revelou que ainda existem “dificuldades” nas comarcas de Faro e numa do Norte.
Quando questionada sobre o mau funcionamento do site Citius, a ministra prontificou-se a afirmar que “não bloqueia o site integralmente”.
Sobre a falta de funcionários judiciais, Teixeira da Cruz deu o braço a torcer e admitiu que os “sindicatos dos oficiais da justiça têm razão, temos menos funcionários judiciais do que deveríamos ter”, mas que esta situação vai ser resolvida “ainda este ano”.
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