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Preventiva para os dois detidos na operação "Cash Flow" de burla ao FEDER

Os dois detidos pela PJ na passada terça-feira por alegadas burlas na obtenção de fundos através do FEDER ficaram hoje em prisão preventiva por decisão judicial, segundo fonte da Judiciária.

Preventiva para os dois detidos na operação "Cash Flow" de burla ao FEDER

© ShutterStock

Lusa
12/12/2024 19:53 ‧ há 9 meses por Lusa

País

PJ

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada terça-feira dois suspeitos "fortemente indiciados" por corrupção, fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal e branqueamento de capitais, que lesaram Portugal e a União Europeia em cerca de sete milhões de euros, num caso que alegadamente envolve também a filha do Presidente da Guiné-Equatorial.

 

A ex-eurodeputada Ana Gomes saudou quarta-feira a detenção destes dois suspeitos na operação "Cash Flow" com ligações à filha do presidente da Guiné Equatorial, um caso que denunciou em 2018 junto da Comissão Europeia e da Autoridade Bancária Europeia.

A operação "Cash Flow", a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e com cumprimento de mandados em vários distritos do continente, da Madeira e Espanha, levou à constituição de três arguidos, dois dos quais os detidos agora sujeitos à medida de coação mais gravosa, suspeitos de terem criado uma sociedade com o intuito de a candidatar a apoios financeiros da União Europeia (UE), de acordo com a PJ.

Segundo a Judiciária, os arguidos, indiciados pelos crimes na forma agravada, após a constituição da sociedade submeteram-na a um projeto ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), onde se comprometiam a criar um estabelecimento industrial para a produção de pellets (produto para aquecimento e climatização), na cidade da Guarda.

A investigação da UNCC apurou ainda que, "para levar a cabo o plano criminoso", os suspeitos terão desenvolvido vários esquemas, nomeadamente a capitalização de uma empresa em cerca de dois milhões e quinhentos mil euros, provenientes de uma outra, sediada na Zona Franca da Madeira, uma vez que a concessão do incentivo financeiro se encontrava condicionada à apresentação de, pelo menos, 25% de capitais próprios do projeto.

Os suspeitos terão ainda, segundo a PJ, inflacionado despesas, celebrado contratos simulados e omitido a aquisição de equipamentos logísticos a uma empresa sediada num país com tributação privilegiada.

"Todas estas ações visavam a apresentação de um projeto com custos acrescidos, aumentando assim as possibilidades de beneficiar de um incentivo mais elevado, porém dado a sua ilicitude, as despesas apresentadas não podiam ser consideradas elegíveis e, consequentemente, não podia ter sido atribuído o incentivo financeiro", explicou a Judiciária.

Desde a preparação da candidatura, passando pela sua submissão, foram fornecidas ao IAPMEI informações falsas, inexatas e incompletas, relativas a factos importantes para a respetiva concessão do subsídio.

No decurso da investigação foi, também, possível apurar que os suspeitos têm participações em diversas sociedades comerciais portuguesas e estrangeiras, resultando fortes indícios de que utilizam o sistema bancário para fazer circular fundos entre contas bancárias da Guiné Equatorial, Luxemburgo, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Espanha e Portugal, para contas bancárias destes, dos seus familiares e de empresas associadas.

A operação "Cash Flow" decorreu nos distritos de Lisboa, Porto, Guarda, Braga, Vila Real na Região Autónoma da Madeira e em Espanha e visou a execução de 24 mandados de busca, nove domiciliárias e 15 não domiciliárias, e contou com a participação de 102 inspetores, quatro peritos da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática e cinco peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística da PJ.

O inquérito é titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa.

Leia Também: Ex-chefe de prisão de Damasco acusado de tortura nos Estados Unidos

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