Segundo um comunicado do coletivo Greve Climática, em causa está uma acusação de entrada em local vedado ao público para os cinco estudantes e ativistas, após se terem manifestado numa varanda de uma sala de aula, reivindicando o fim ao fóssil até 2030 e um cessar-fogo imediato do conflito em Gaza.
"A NOVA Medical School tornou-se a primeira faculdade, 50 anos após o 25 de abril, a sentar diretamente estudantes no banco de réus no tribunal devido a uma manifestação. Um vergonhoso legado a ser carregado", afirmou Jéssica Alves, aluna do 5.º ano de medicina, que sublinhou que a direção da universidade respondeu às ações de protesto "de uma forma particularmente autoritária e fascizante".
O protesto surgiu no contexto de diversas ações e ocupações estudantis contra as mortes na Palestina, face ao conflito entre Israel e o movimento Hamas, tendo também sido ocupadas na mesma semana a Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa e as Universidades do Porto e do Minho.
Apelando a uma concentração junto ao tribunal em solidariedade com os cinco estudantes, que acabaram detidos pela polícia e acusados pelo Ministério Público, o coletivo criticou também a atuação dos agentes no dia do protesto, ao assegurar que existia uma "hipervigilância apertada" de prevenção na entrada da faculdade.
"Fomos acusadas de entrada em local vedado ao público, na faculdade onde eu e as minhas colegas pagamos propinas, apenas para exigir o fim ao genocídio e ao fim ao fóssil. Além disso exigimos também à faculdade a divulgação e transparência sobre todos os acordos entre esta instituição e instituições do estado de Israel, assim como a interrupção de todas as parcerias em curso", disse Joana Teixeira, que também está no quinto ano do curso de medicina.
Os cinco arguidos começam a ser ouvidos a partir das 09h30 de quarta-feira no Campus da Justiça, em Lisboa.
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