Presidente da Turismo do Alentejo diz que cante é "bandeira da região"

O cante alentejano, elevado a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO há 10 anos, é "uma bandeira da região" e "o elo que une" as suas populações, defendeu hoje o presidente da entidade regional de turismo.

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Lusa
04/11/2024 12:28 ‧ 04/11/2024 por Lusa

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Cante

 "O cante é hoje uma bandeira da região, não só em Portugal, mas também internacionalmente, e, de uma forma ou outra, é o elo que une o Alentejo", disse à agência Lusa o presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, José Santos.

 

De acordo com este responsável, a região do Alentejo "é muito heterogénea e muito diversa, até na sua dimensão cultural".

"Mas, se há uma manifestação que une todos os alentejanos, é o cante", acrescentou.

O presidente da ERT falava à Lusa a propósito dos 10 anos da classificação do cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O aniversário está a ser comemorado, ao longo deste mês, em 11 municípios dos distritos de Beja e Évora, numa parceria com a Turismo do Alentejo.

Encontros de grupos corais, colóquios, lançamento de livros, exposições e ensaios abertos de grupos de cante alentejano são alguns dos destaques do programa, que também inclui iniciativas em Lisboa.

Um dos 'momentos altos' das comemorações decorreu este domingo, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, com um espetáculo com grupos de cante e a banda filarmónica do concelho de Serpa, no distrito de Beja.

Já neste distrito alentejano, a Câmara de Serpa inaugura, no próximo sábado, no Museu do Cante, uma exposição de pintura de Andrew Smith.

O projeto museográfico "Taberna dos Camponeses", de Carlos Balbino, vai ser apresentado, dia 22, na localidade de Pias, também em Serpa, que, no dia 30, vai acolher a cerimónia oficial das comemorações do 10.º aniversário da inscrição do cante alentejano na lista da UNESCO, de acordo com o programa.

No concelho de Beja, entre outras iniciativas, realiza-se uma missa cantada, com "modas religiosas do cancioneiro tradicional", na Sé Catedral (dia 17), e o espetáculo comemorativo 'O cante do povo passado, presente e futuro' (dia 30).

Outros eventos vão ter lugar no concelho de Castro Verde, nomeadamente "O cante sai à rua", com alunos do concelho (dia 27), e o espetáculo "O cante da nossa terra", no cineteatro municipal (dia 29).

O cante alentejano vai unir-se à tradição do vinho de talha em Ervidel, no concelho de Aljustrel, durante a feira Vin & Cultura, entre os dias 22 e 24, enquanto, em Ourique, terá lugar um espetáculo comemorativo na noite de dia 27.

O evento "Vidigueira EnCante" vai animar esta sede de concelho, nos dias 23 e 24, e, em Cuba, as comemorações incluem um encontro de grupos corais (27), o colóquio "Cante alentejano, 10 anos depois" (28), a apresentação do filme "Cante alentejano da Cuba" e o espetáculo musical "O cante alentejano nas escolas" (ambos a 29).

Ainda no distrito de Beja, em Odemira realiza-se, já este sábado, o encontro "Grupo Coral de Odemira Co(m) vida Vozes do Cante", que vai reunir grupos corais do concelho e convidados.

Quanto à programação preparada no distrito de Évora, em Borba terá lugar o "Circuito das Tascas", no próximo sábado, enquanto Redondo recebe, entre os dias 22 e 24, o encontro "Vinho & Artes".

Já em Mourão, está prevista uma homenagem ao cante, com a presença de diversos grupos corais, no cineteatro municipal (dia 24).

As comemorações em Lisboa preveem a apresentação do livro "10 anos de cante", da fotojornalista Ana Baião, na Casa do Alentejo (dia 16).

A par destas atividades, a Turismo do Alentejo e Ribatejo lançou ainda cinco propostas de roteiros associados ao cante.

"O nosso objetivo é que, a partir do cante, os portugueses venham ao Alentejo nestes meses de outubro e novembro", notou à Lusa o presidente da ERT.

O cante alentejano foi proclamado património cultural imaterial da Humanidade pela UNESCO a 27 de novembro de 2014, em Paris (França).

O Museu do Cante, gerido pela Câmara de Serpa, é o atual responsável pelo plano de salvaguarda do cante, no âmbito das obrigações da classificação pela UNESCO.

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