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Rangel repudia acusação do BE de ser "barqueiro do genocídio"

O ministro do Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, repudiou hoje as declarações da líder bloquista, que o apelidou de "barqueiro das bombas do genocídio" dos palestinianos, recusando "lições de direitos humanos" do Bloco de Esquerda.

Rangel repudia acusação do BE de ser "barqueiro do genocídio"
Notícias ao Minuto

19:50 - 03/10/24 por Lusa

País Médio Oriente

"Eu não durmo sossegado quando há uma deputada que representa o povo português que me acusa de ser o barqueiro do genocídio", declarou hoje no parlamento o chefe da diplomacia, dirigindo-se à bancada do BE, cuja coordenadora, Mariana Mortágua, afirmou há dias que Paulo Rangel "ficará na História como o barqueiro das bombas do genocídio do povo palestiniano".

 

As críticas do BE ao governante estão relacionadas o navio "Kathrin", que tinha bandeira portuguesa e que na sexta-feira passada pediu para retirar, que transportava explosivos destinados a empresas de fabrico de armas de Israel, Polónia e Eslováquia.

Hoje na Assembleia da República, durante o debate sobre as prioridades da presidência húngara do Conselho da União Europeia e sobre a participação de Portugal no processo de construção da UE, Paulo Rangel afirmou que esteve "sempre a trabalhar" sobre este caso e que agiu "com transparência".

"Não tolero à sua líder, eu perdoo mas não tolero", disse, dirigindo-se ao líder da bancada bloquista, Fabian Figueiredo.

O BE, acrescentou Rangel, "fala com muita arrogância", mas "não dá a este governo nem a este ministro lições de direitos humanos".

O governante criticou ainda a insistência do BE e do PCP para que o Governo reconheça formalmente o Estado da Palestina.

"O Governo esteve nas vossas mãos e nunca obrigaram o Governo de António Costa a reconhecer a Palestina", afirmou, enquanto insistiu que foram executivos do PSD/CDS-PP (de Pedro Passos Coelho e de Luís Montenegro) a votar favoravelmente a admissão da Palestina como membro observador e, em maio, a recomendação para ser membro de pleno direito das Nações Unidas.

Fabian Figueiredo condenou a "decisão infame" do chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, de declarar "persona non grata" o secretário-geral da ONU, António Guterres, que, disse, "orgulha a todos no teatro das nações e que se impõe como a voz pela paz e pela razão".

O BE questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros se admite aplicar a mesma medida a Israel Katz, "o que deve ser o destino de todos os carniceiros", mas Rangel não respondeu.

Leia Também: Portugal ao Conselho de Segurança. Rangel lidera este ano campanha na ONU

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