Carlos Moedas critica "extremos" após ser interrompido em conferência
O presidente da Câmara de Lisboa foi hoje interrompido numa conferência por uma pessoa que lhe chamou "mentiroso" quando falava da entrega de casas, ao que Carlos Moedas respondeu criticando "os extremos" por fazerem "guerra política" com a habitação.
© Global Imagens
País Lisboa
"Não gosto de nenhum extremo. A extrema-direita não gosta dos imigrantes pobres, a extrema-esquerda não gosta dos imigrantes supostamente ricos que investem em Lisboa", disse, já depois de o homem que o interrompeu ter saído da sala, acompanhado por seguranças do Palácio Galveias, em Lisboa, onde decorre a conferência "Habitar as grandes cidades", iniciativa da Rádio Renascença, com o apoio da autarquia da capital.
Antes de sair da sala, o manifestante ainda ouviu Carlos Moedas, que o identificou com a "extrema-esquerda", convidá-lo para "conversar", lamentando de seguida: "Estas pessoas não querem resolver o problema."
Criticando os extremos por usarem "a ideologia como arma" e por agirem com "superioridade moral", o autarca da capital aproveitou o incidente para lembrar a "inadmissível" reação da organização da manifestação "Casa para Viver", que se realizou no sábado.
A vereadora da Habitação na autarquia de Lisboa juntou-se ao protesto, que reuniu milhares de pessoas em defesa do direito à habitação, mas a organização disse-lhe que não era bem-vinda.
Filipa Roseta foi "escorraçada" da manifestação, criticou Carlos Moedas, aplaudido por algumas pessoas na assistência.
O social-democrata reconheceu que a habitação "é o maior desafio da cidade".
Sobre a suspensão total de novos alojamentos locais em Lisboa, em vigor, o executivo de Carlos Moedas, que governa sem maioria absoluta, vai continuar a insistir na aprovação de um regulamento para as diferentes realidades na cidade, já que "há freguesias que podem ter mais" destes espaços.
O autarca assumiu-se "contra as proibições" e lembrou haver famílias que retiram o seu rendimento desta atividade.
"Os extremos estão a criar uma narrativa contra o turismo, o que é absolutamente lamentável", observou, reconhecendo que é preciso regular a atividade.
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