Casa do Brasil de Lisboa defende que imigração não é questão de polícia

A Casa do Brasil de Lisboa, que apoia a integração de imigrantes, defendeu hoje que a Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras reforça a associação entre imigração e criminalidade, sublinhando que "imigração não é uma questão de polícia".

LISBON, PORTUGAL - JULY 11: An immigrant hoists a "Nobody is Illegal" placard at the demonstration in Praça do Comercio to protest against current practices by SEF related to immigrants trying to get their First Residence Permit and  to seek an immediate

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Lusa
26/09/2024 19:20 ‧ 26/09/2024 por Lusa

País

Imigração

Numa nota publicada na conta de Instagram, a Casa do Brasil "manifesta a sua total e absoluta oposição à criação da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras", hoje aprovada em Conselho de Ministros, e cuja função passa pelo controlo das fronteiras aéreas, fiscalização de imigração e afastamento e retorno de cidadãos em situação ilegal.

 

"Tal medida representa um inequívoco retrocesso nas políticas de imigração e integração de pessoas imigrantes em Portugal", refere a associação.

Na opinião da Casa do Brasil de Lisboa, a imigração não pode ser uma questão de polícia e salienta que "a criação de um órgão que coloca sob vigilância as pessoas imigrantes (...), reforça perigosamente uma falsa associação entre imigração e segurança pública".

Acrescenta que, com a criação deste órgão, o Governo confere à PSP o poder de fiscalizar os imigrantes "de forma deliberada e arbitrária" e defende que "essa abordagem punitiva e discriminatória desconsidera o contributo positivo que as pessoas imigrantes oferecem ao país e ignora a necessidade de políticas públicas de integração justas e humanas".

"É preciso garantir o pleno funcionamento da AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo], a resolução célere dos processos pendentes e o reforço do estado social", defende a Casa do Brasil.

Acrescenta que é preciso garantir "condições condignas para todas as pessoas imigrantes e população" e apela à sociedade civil e às autoridades competentes para que assumam uma posição pública "contra medidas que atentam contra os direitos e a dignidade das pessoas imigrantes".

Além da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras, o Governo anunciou também a aprovação de um novo regime de retorno e afastamento de cidadãos em situação ilegal no país.

Estas duas medidas estão inseridas numa proposta de lei sobre controlo das fronteiras hoje aprovada pelo Governo e que vai ser enviada para a Assembleia da República.

Esta nova unidade da PSP já tinha sido anunciada em junho pelo Governo quando foi anunciado o Plano de Ação para as Migrações.

Quando o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foi extinto, a 29 de outubro do ano passado, foi criada na PSP a unidade de segurança aéreo portuária e controlo fronteiriço, que é responsável pelo controlo de entrada e saída de pessoas no país por via aérea e pela segurança nos aeroportos.

Leia Também: África do Sul constrói muro na fronteira para travar imigração ilegal

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