FNAM aconselha médicos a entregar escusas de responsabilidade
A Federação Nacional dos Médicos avisou hoje que a situação de fecho de urgências poderá agravar-se devido aos médicos atingirem o limite das horas extraordinárias e com "o decorrer do inverno", aconselhando os profissionais a entregar escusas de responsabilidade.
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País FNAM
Apesar do período de férias já ter terminado para a maior parte dos médicos continua haver urgências de Ginecologia/Obstretícia e de Pediatria encerradas, como aconteceu no passado fim de semana com sete serviços fechados no sábado e oito no domingo.
Segundo a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, a previsão é que a situação possa agravar-se, uma vez que "não está resolvida".
"Com o resto do fim do ano e os médicos com as horas extraordinárias todas atingidas esta situação, provavelmente, vai piorar", disse a dirigente sindical à agência Lusa.
Joana Bordalo e Sá avançou que a FNAM está a aconselhar neste momento os médicos a entregar escusas de responsabilidade, "para garantir a sua própria segurança e a segurança dos doentes e dos utentes que veem".
"Se o médico entender que está a trabalhar sob más condições de trabalho, com equipas reduzidas, que não está a conseguir dar, a resposta adequada, deve entregar estas escusas de responsabilidade, porque tem que salvaguardar o doente, o utente e a si próprio", sustentou.
A dirigente sindical avisou ainda que a FNAM não aceitará "soluções que passem por encolher ainda mais as equipas que estão no terreno a trabalhar, e não só na obstetrícia, na pediatria, onde quer que seja", numa alusão à decisão anunciada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de ter feito um "reajustamento do número de obstetras por equipa em função do número de partos".
Esta decisão foi tomada em colaboração com a Ordem dos Médicos e já foi comunicada às Unidades de Saúde Locais, disse a ministra na quarta-feira na conferência de imprensa de balanço dos três meses do Plano de Emergência e Transformação na Saúde, em que defendeu que as ULS têm de garantir uma gestão eficaz dos recursos humanos, alegando que "não pode acontecer" o encerramento de 17 urgências de obstetrícia como aconteceu em 01 de setembro (domingo).
Joana Bordalo e Sá reiterou que a FNAM não quer "uma negociação de fachada".
"Queremos é um Ministério da Saúde que seja liderado por alguém que tenha competência e que, acima de tudo, ouça os médicos e por isso é que também temos a greve nacional em 24 e 25 de setembro, com a manifestação nacional dia 24, onde não convidamos apenas os médicos", mas todos os profissionais de saúde e a população em geral.
Hoje estão fechadas as urgências de Ginecologia e Obstetrícia dos Hospitais do Barreiro, Vila Franca de Xira, São Francisco Xavier, em Lisboa, e Abrantes, segundo a informação publicada às 12:00 no Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Estão ainda referenciadas a urgência pediátrica e a urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), entre 08:00 às 20:00 e entre as 20:00 e a meia-noite, e a urgência de Pediatria do Centro Materno Infantil do Norte, entre as 08:00 e as 18:00.
Nas unidades referenciadas, os serviços estão reservados aos casos de urgência internos ou referenciados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ou pela linha SNS 24.
Já a urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, permanece todo o dia referenciada para o CODU/INEM.
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Lusa/fim
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