"Ridícula fuga" revela uma "pequena parte" dos problemas das prisões
O sindicato dos trabalhadores prisionais disse hoje que a "ridícula fuga" de cinco presidiários revela apenas "uma pequena parte" dos serviços prisionais, que funcionam "num sistema obsoleto, feudal e com práticas de reinserção completamente ineficazes".
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Em comunicado enviado à Lusa, o presidente do Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (SinDGRSP), Miguel Gonçalves, escreve que "esta ridícula fuga deu a conhecer apenas uma pequena parte do que é a reinserção e os serviços prisionais hoje em Portugal, que funcionam num sistema obsoleto, feudal e com práticas de reinserção completamente ineficazes, que se limita a cumprir prazos".
No texto, o presidente do sindicato diz que "tudo tem mudado nas características da população reclusa", mas aponta que, "contudo, esta alta direção é incapaz de antecipar ou de acompanhar essas mudanças" e acrescenta que "não consegue perceber que a reinserção e a segurança não se substituem, vivem hermenêuticamente no sistema de justiça".
O comunicado do SinDGRSP surge no dia seguinte à fuga de cinco pessoas do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.
A fuga foi registada pelos sistemas de videovigilância pelas 09:56, mas só foi detetada 40 minutos depois, quando os reclusos regressavam às suas celas.
Segundo avançou no sábado a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), uma avaliação preliminar, com recurso a imagens de videovigilância, aponta que os cinco contaram com ajuda externa, "através do lançamento de uma escada, que permitiu aos reclusos escalarem o muro e acederem ao exterior".
"Lamentamos a postura feudal da atual alta direção e o estado a que estes serviços chegaram por desconhecimento, inércia e total incapacidade de quem o dirige", lê-se ainda na nota do SinDGRSP, que representa os profissionais de Reinserção Social e Reeducação.
O sindicato lamenta ainda que as 30 propostas que apresentou em julho para "a modernização e o futuro da Direção Geral de Reinserção Social" tenham sido "ignoradas por completo" pelas autoridades.
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