Arcos de Valdevez pede reforço de investigação para travar mão criminosa
O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez pediu hoje ao secretário de Estado da Proteção Civil o "reforço de policiamento e investigação" para travar os fogos com "origem criminosa" que têm assolado o concelho.
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
País Incêndios
"Tudo indica que [o incêndio que lavra em São Jorge e Ermelo] é fogo intencional e de origem criminosa pelas circunstâncias em que ocorreu, a hora a que ocorreu, a forma como o fogo evoluiu. A informação que me vão dando é que será essa a origem deste e de muitos outros. Temos de ter uma ação concertada de forma que se consiga travar estas pessoas que têm intenções que são efetivamente criminosas", afirmou à agência Lusa. João Manuel Esteves.
O incêndio em São Jorge e Ermelo, concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, deflagrou às 20:21 de terça-feira e permanece ativo, tendo consumido mais de 900 hectares de mato.
O autarca social-democrata disse ter falado com o secretário de Estado da Proteção Civil para pedir o reforço de meios de vigilância, policiamento e investigação criminal, "no sentido de tentar identificar ou pôr algum cobro a estas intenções criminosas que estão com muitas incidências".
"O presidente da República também ligou hoje para se inteirar do incêndio e alertei para a necessidade de ser reforçado o policiamento e a investigação", acrescentou.
O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, sublinhou "os esforços de todos os operacionais, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e das Juntas de Freguesia.
"Temos tentado resolver os problemas, mas há um número muito elevado de incêndios. A esmagadora maioria, segundo o sentimento geral, tem origem criminosa. Isto esgota os meios, desanima as pessoas e é um combate desigual. Fazem-se todos os esforços, as pessoas passam horas atrás dos incêndios e, de repente, surge mais um e, a seguir outro noutro lado", reforçou.
Em declarações à agência Lusa, o segundo comandante do Comando Sub-regional do Alto Minho, Carlos Pereira, adiantou que "o vento está bastante forte e a complicar as manobras de extinção" do fogo.
"Há zonas do incêndio que estão controladas, mas a cabeça do incêndio está mais complicada", frisou.
Segundo Carlos Pereira, não há feridos entre os operacionais no terreno, nem aldeias em perigo.
O responsável disse ter a expectativa de até final do dia conseguir resolver a situação.
"É sempre uma expectativa porque há fenómenos que não controlamos, mas estamos a fazer o melhor possível", destacou.
Às 13:43, segundo informação na página oficial da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio mobilizava 225 operacionais, 70 viaturas e quatro meios aéreos.
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