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Câmara de Viana salva da extinção grupo fundado por trabalhadores

A Câmara de Viana do Castelo vai apoiar com 500 euros por mês, durante um ano, a atividade desenvolvida há quase meio século pelo grupo criado pelos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), evitando a sua extinção.

Câmara de Viana salva da extinção grupo fundado por trabalhadores
Notícias ao Minuto

17:21 - 06/08/14 por Lusa

País Estaleiros

Segundo fonte da autarquia, o apoio financeiro está previsto num protocolo de colaboração a estabelecer entre o município e o Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (GDCTENVC), que será apreciado quinta-feira em reunião ordinária do executivo municipal.

O protocolo prevê a implementação de um Plano Cultural e Social de apoio ao GDCTENVC como forma de "conservar a memória de uma empresa única na região e no país que constituiu uma importante escola de formação, valorizando a construção naval e difundindo este património único".

"O município, juntamente com o GDCTENVC vai promover ações de divulgação e valorização do património, através de diferentes serviços, assim como proceder a reedição de livros e outras publicações do GDCTENVC", lê-se na proposta de protocolo a analisar quinta-feira pela autarquia.

O GDCTENVC foi fundado a 09 de fevereiro de 1967 e reúne cerca de mil sócios, sobretudo antigos funcionários da empresa pública atualmente em processo de liquidação.

O acompanhamento de antigos trabalhadores da empresa agora em situação de desemprego, a promoção de ações de divulgação da memória dos ENVC, a realização de tertúlias, colóquios e sessões de cinema no auditório da sede do grupo são também iniciativas previstas no protocolo.

Há 47 anos que aquele grupo, fundado e sempre dinamizado pelos trabalhadores dos ENVC, ocupa um edifício no centro da cidade de Viana do Castelo, disponibilizando uma sala para convívio social, espaço para jogos de mesa, uma biblioteca e uma sala de leitura.

A renda da sede vai deixar de ser paga no final deste mês pelos ENVC, como aconteceu desde o aparecimento da coletividade.

Algumas das valências do edifício, por exemplo um auditório para projeção de cinema, são utilizadas pela comunidade local.

Pela sede social do grupo passam, diariamente, várias dezenas de sócios - além de atuais e antigos trabalhadores dos ENVC também os denominados "sócios auxiliares", considerados "amigos" da instituição -, e ali é organizada a participação em várias competições, incluindo desportivas, ou programados eventos culturais.

O GDCTENVC surgiu da vontade dos operários de ocuparem os tempos livres e, ao longo dos anos, chegou a formar equipas de atletismo ou de futebol, além de editar anualmente uma revista, a "Roda do Leme" lançada em 1984, sobre a atividade da empresa, cujo último número saiu em julho com aquele conceito.

Na altura, em declarações à Lusa, o presidente do grupo, Manuel Ramos, explicou que a última edição, com o título "Obrigado ENVC", representa "uma homenagem e agradecimento" à empresa pública.

Com 30 anos de existência, a "Roda do Leme" começou por ser trimestral, passando nos últimos anos a semestral. Com tiragem inicial de mil exemplares esta última edição ficou-se pelos 700 por "razões financeiras".

Incluía entrevistas, artigos de opinião, notícias da vida dos ENVC, da atividade desportiva e cultural dos seus trabalhadores, páginas de lazer, cartoons, informações sobre os reformados, entre outras.

"A revista chega ao fim porque terminou um ciclo. A empresa está em fase de encerramento e não fazia sentido continuar. Outro ciclo se abrirá na linha editorial do grupo", avançou na ocasião.

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