Os representantes dos sindicatos da guarda prisional consideraram que o acordo firmado, esta quarta-feira, com o Governo foi, à semelhança do documento apresentado às forças de segurança, um "meio acordo" assinado "sob protesto".
"Também podemos chamar um meio acordo. Ficam muitas coisas por resolver, funcionais e estatutárias. O Governo mostrou iniciativa e abertura para as resolver e vamos acreditar que a boa-fé e a confiança demonstradas vão concretizar-se. Só temos pena que venha com um mês de atraso", salientou o presidente da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional, em declarações à RTP3.
O responsável ressalvou, contudo, sentir uma "satisfação enorme na valorização dos guardas prisionais".
Já o presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, Júlio Rebelo, apontou que o organismo firmou o documento "sob protesto". "Assinámos sob protesto, para não prejudicar os associados. Não concordamos com o valor que foi atribuído. […] Teve de haver cedência. Moralmente, é uma situação com a qual não podemos concordar", disse.
Por seu turno, o dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais, defendeu que "não é o acordo em si que é mais importante, mas o sistema de avaliação" pelo qual o organismo se tem debatido.
"Está marcada a primeira reunião com a secretária de Estado e a ministra já para 24 de julho. A nossa proposta de sistema de avaliação é que vai estar em cima da mesa, o que nos congratula imenso", adiantou.
O responsável explicou ter assinado o acordo uma vez que, caso contrário, "corríamos o risco de não ter nada". "Para mim não é meio acordo, para mim é o princípio do resto", complementou, tendo indicado que os profissionais foram "embrulhados pelo Governo anterior".
Saliente-se que o Ministério da Justiça e os sindicatos da guarda prisional chegaram hoje a um entendimento sobre o aumento do suplemento de missão em 300 euros.
A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, apresentou uma proposta muito similar àquela que o Ministério da Administração Interna apresentou aos sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e associações da Guarda Nacional Republicana (GNR), que assenta em 200 euros já a partir deste mês, mais 50 euros em janeiro de 2025 e outros 50 euros em janeiro de 2026, num total de 300 euros de aumento.
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