Centros de saúde de Gondomar pedem alteração ao modelo de ULS

Os coordenadores dos centros de saúde de Gondomar, atual Unidade Local de Saúde (ULS) de Santo António, no Porto, pedem alterações ao modelo implementado pela anterior Direção-Executiva do SNS, segundo informação a que a Lusa teve hoje acesso.

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Lusa
04/06/2024 09:18 ‧ 04/06/2024 por Lusa

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"Consideramos que a generalização do modelo ULS, sendo aplicado transversalmente a todo o país e da forma como está a ser realizada (...) não serve os utentes, os profissionais e a gestão. Por isso entendemos ser oportuno sinalizar que não concordamos com algo que consideramos um verdadeiro retrocesso para os Cuidados de Saúde Primários", referem numa carta dirigida à ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Em causa está a junção, em ULS, dos cuidados de saúde primários (CSP) e dos centros hospitalares, medida levada a cabo pela anterior Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) liderada por Fernando Araújo.

Os coordenadores dos centros de saúde de Gondomar juntam-se assim aos coordenadores dos centros de saúde Porto Ocidental, também integrados na ULS de Santo António, que dirigiram carta idêntica à tutela em maio.

No total são cerca de 50 os signatários da carta que manifestam "preocupações" com o novo modelo e propõem alternativas, falando em "gestão verticalizada com efetiva perda de autonomia dos CSP".

Também referem que o novo modelo de gestão que "centralizou serviços e recursos nas ULS aumentou a burocracia e reduziu a capacidade de decisão aos CSP, prejudicando a sua resposta rápida e adequada às necessidades locais".

Os signatários criticam "a criação de instituições gigantescas" que acarreta um "risco de despersonalização e desumanização dos cuidados de saúde", ao qual acresce o "risco de alocação inadequada de recursos" por "desconhecimento das realidades locais".

"Não existe um plano de integração de cuidados partilhado e não se conhecem iniciativas nesse sentido. A integração de cuidados não pode ser efetuada por decreto, sobretudo quando existe uma perceção dos profissionais de que a mudança não traz valor acrescentado, pelo contrário", acrescentam.

Na carta, estes profissionais também se manifestam preocupados com a "secundarização dos CSP face aos cuidados secundários hospitalares" e pedem a "adoção de um modelo de ACeS com autonomia (...) em que existisse partilha de recursos de nível regional que possibilitasse economias de escala".

"[Isto] representaria um passo significativo em direção a um modelo organizacional maia adaptativo, autónomo e focados nas necessidades locais e dos cidadãos", concluem.

O novo modelo organizativo do SNS entrou em vigor em 01 de janeiro.

A reestruturação, que na prática se traduz na integração numa só estrutura dos centros de saúde e dos hospitais, tirando os especializados como centros de oncologia, foi ditada pelo decreto-lei 102/2023, de 07 de novembro.

A ULS de Santo António junta o Centro Hospitalar Universitário de Santo António com os ACeS do Grande Porto II (Gondomar) e do Grande Porto V (Porto Ocidental).

Leia Também: ULS de Braga surpreende crianças com "mascotes e animação"

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