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Comunidade Israelita de Lisboa "repudia" manifestações "antissemitas"

Para a CIL, "fotografar rostos para 'denunciar' pessoas e atirar ovos e tinta" são "comportamentos inaceitáveis e que merecem repulsa".

Comunidade Israelita de Lisboa "repudia" manifestações "antissemitas"
Notícias ao Minuto

22:46 - 22/05/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Manifestação

A Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) repudiou as "manifestações antissemitas e atos de agressão" que marcaram a Sessão Evocativa do 76.º aniversário do Estado de Israel, o final de tarde e noite desta quarta-feira, no exterior do Cinema São Jorge, em Lisboa.

"Um conjunto de manifestantes antissionistas proclamaram cânticos ofensivos, antissemitas e frontal e assumidamente contra a existência do Estado de Israel", acusou a CIL em comunicado, lamentando que "a par de tais cânticos, insultuosos e radicais, os manifestantes procuraram intimidar quem entrava no cinema para, pacificamente, participar numa cerimónia protocolar, simbólica e evocativa".

Na mesma missiva, a CIL criticou a "recolha de imagens de quem entrava" para "mais tarde, [...] exibir e 'denunciar' rostos de pessoas concretas que estiveram presentes na ocasião". Tal como foi feito "para este ano nas redes sociais", com "imagens do ano passado".

Também foi apontado o dedo ao "arremesso de ovos e de tinta (que atingiram, entre outros, membros da Comunidade Israelita de Lisboa - cidadãos portugueses de pleno direito)".

"Estas ações merecem repúdio veemente e uma condenação frontal e inequívoca. Não intimidarão a Comunidade Israelita de Lisboa, não intimidarão os judeus, não cederemos às ofensas, aos insultos e às agressões", garantiu a CIL.

Recorde-se que cerca de duas centenas de ativistas pró-palestinianos recorreram ao exterior do Cinema São Jorge para manifestar-se contra as celebrações do 76.º aniversário da fundação do Estado de Israel, gerando alguma tensão face à presença das diferentes unidades da polícia de Segurança Pública (PSP).

"Proclamando palavras de ordem como uma Palestina 'do rio até ao mar' e 'Palestina está na hora, de Israel ir-se embora' - entre outros cânticos agressivos e antijudaicos - os manifestantes defendiam, não a existência de dois Estados, mas a frontal extinção do Estado de Israel. E, como consequência, dos seus habitantes e do seu povo. Nada de mais abominável", lamentou a CIL na mesma nota informativa.

Para a comunidade judaica de Lisboa - que agradeceu "a proteção e ação empenhada das forças de segurança" -, este é um discurso "intolerante e perigoso", sendo que "a liberdade de expressão, um pilar tão importante da democracia, foi poluída por um discurso marcado por um antissemitismo primário" e a "liberdade de manifestação foi corrompida por atos de intolerância e de insulto gratuito, mas sobretudo de inaceitáveis ofensas e agressões físicas".

O protesto junto ao Cinema São Jorge, que conta com cerca de duas centenas de ativistas pró-palestinianos, foi convocado pela Plataforma Unitária em Solidariedade com a Palestina (PUSP) e tem estado a ser acompanhado por um forte contingente policial, iniciado com a Equipa de Intervenção Rápida (EIR) e, depois, pelo Corpo de Intervenção da PSP.

A entrada dos convidados para a cerimónia de celebração dos "76 anos da independência" de Israel, organizada pela embaixada israelita em Lisboa, inicialmente prevista para a entrada principal do cinema, processou-se pelas traseiras do 'São Jorge', para onde alguns manifestantes ainda conseguiram atirar sacos com tinta, que acertaram nalguns dos convidados.

A decisão de fazer entrar os convidados pelas traseiras do cinema foi tomada pela polícia, depois de dezenas de manifestantes se prostrarem defronte da entrada principal, do lado na Avenida da Liberdade.

Embora alguns ativistas pró-palestinianos se mantenham diante do cinema, a maioria acabou por concentrar-se já no Largo Jean Monet, nas proximidades do edifício, onde se sentaram e continuaram a gritar palavras de ordem contra Israel.

Empunhando bandeiras palestinianas e cartazes de protesto, os manifestantes gritaram palavras de ordem como "viva a luta do povo palestiniano", "os 76 anos são de roubo e de chacina", "[Carlos] Moedas (presidente da câmara municipal de Lisboa) patrocina propaganda assassina" ou "Sionismo é violência, Palestina é resistência", além de referências aos 76 anos de "ocupação, apartheid (regime de segregação racial], roubo de terras e de genocídio".

[Notícia atualizada às 23h14]

Leia Também: Tensão entre polícia e ativistas na celebração em Lisboa da fundação de Israel

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