"Neste momento, não há de todo um valor já apurado. Aguardamos os relatórios das entidades oficiais que estão a proceder ao levantamento. Esse é um trabalho que requer muito rigor e detalhe", disse Mónica Seidi.
A governante falava aos jornalistas após a primeira reunião do grupo de trabalho criado para avaliar os danos no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em São Miguel, que sofreu um incêndio no dia 04 e ficou inoperacional.
Segundo a secretária Regional da Saúde e Segurança Social, o Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) está a fazer um estudo ao edifício e irá elaborar um relatório, que dará "uma avaliação da própria infraestrutura".
Mónica Seidi explicou que o incêndio na maior unidade de saúde dos Açores, que obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente, "afetou a própria estrutura", sobretudo na zona na "parte elétrica do hospital", o que acabou "por ter um efeito indireto em toda a estrutura".
De acordo com a governante, muito possivelmente tudo o que se refere à parte elétrica do hospital será substituído, uma vez que estão em causa sistemas com "30 anos e completamente obsoletos".
"Neste momento estamos a trabalhar numa situação provisória e possivelmente até final de maio já estarão implementados os três postos de transformação e os três quadros elétricos que depois darão alimentação a todos os outros quadros dos serviços", detalhou.
Mónica Seidi assinalou ainda que o incêndio afetou também as "condutas de água" e "os sistemas de ventilação", danos que terão de ser "muito bem analisados para o posterior relatório preliminar que possa dar com mais detalhe a extensão dos danos".
"É claro que é emergente produzir esse relatório, que cumpra os itens que têm de se cumpridos para que possamos avançar e ter a breve prazo o decreto-lei e tudo aquilo que advém da situação de calamidade pública" para "acelerar procedimentos", sublinhou a secretária regional da Saúde e Segurança Social.
Mónica Seidi vincou que, para já, não é possível avançar com uma data certa quanto às obras, reiterando que o objetivo é projetar "um hospital para 20 a 30 anos".
"É preciso repensar e reorganizar o funcionamento do hospital e aí certamente teremos hipótese de crescer, de ampliar serviços e de pensar noutras formas de funcionamento do estacionamento, uma queixa que os utentes têm revelado", referiu.
Mónica Seidi lembrou que, antes de ter ocorrido o incêndio, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) já tinha um levantamento das necessidades de intervenção no Hospital de Ponta Delgada, um cálculo que ascendia aos 70 milhões de euros.
"E, se calhar, agora podemos ser ainda mais ambiciosos", sustentou, indicando que, além do grupo de trabalho criado, "há todo um conjunto de situações" que terão de ser tomadas, talvez por uma equipa multidisciplinar.
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