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Maioria não rejeita formas de governo incompatíveis com a Democracia

"Percebemos que apenas 23% discordam de uma visão tecnocrática, ou seja, discorda que os especialistas devam tomar decisões importantes", afirmou a investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

Maioria não rejeita formas de governo incompatíveis com a Democracia
Notícias ao Minuto

17:41 - 19/04/24 por Lusa

País Sondagem

A maioria dos inquiridos na sondagem 'Os Portugueses e o 25 de Abril' não rejeita explicitamente formas de governo incompatíveis com a democracia participativa, afirmou hoje Filipa Madeira, coautora do trabalho, apresentado em Lisboa.

"Percebemos que apenas 23% discordam de uma visão tecnocrática, ou seja, discorda que os especialistas devam tomar decisões importantes", afirmou a investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

"Ainda apenas 43% discordam da ideia de um líder forte", acrescentou, referindo as respostas à pergunta "Era preferível que tivéssemos um líder forte que não tivesse de se preocupar com o parlamento, nem eleições?".

A esta questão, cerca de 34% disse que concorda com ideia de um líder forte. "Se considerarmos ainda os 17% que não concorda, nem discorda, podemos concluir que esta maioria não rejeita, de uma forma inequívoca, ideias que são incompatíveis com o sistema democrático", justificou.

De acordo com Filipa Madeira, estes dados não são novos. "São semelhantes a outros encontrados em estudos europeus de 2017 e 2019 e em que já constava que em Portugal, comparativamente a outros países europeus existe uma maior tolerância a estas formas de governo não democráticas", disse.

Apesar desta expressão, os autores do estudo concluíram que há um aumento de satisfação com a democracia, por um lado, e uma diminuição, face a 2004 e a 2014, daqueles que dizem estar nada satisfeitos com a democracia.

Os que afirmam estar mais satisfeitos com a democracia em Portugal são sobretudo os mais jovens, os mais instruídos e os que vivem mais confortavelmente.

O coordenador do estudo, Pedro Magalhães, referiu, durante a apresentação, que é intenção da equipa trabalhar mais os dados.

"Não estamos a lidar com factos, estamos a lidar com perceções", especificou.

O trabalho foi desenvolvido por uma equipa da Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, em parceria com a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.

A comissária das comemorações, a historiadora Maria Inácia Rezola sublinhou, por seu lado, que a democracia continua a ser o sistema preferido dos portugueses.

A análise aos resultados da sondagem revelou que 65% dos inquiridos escolheu o 25 de Abril de 1974 como o facto mais importante da História de Portugal.

Leia Também: 25 de Abril. Sondagem revela insatisfação com desigualdades e corrupção

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