A tragédia da praia do Meco ao detalhe, sete meses depois

Sete meses após a tragédia na praia do Meco, o Ministério Público informou que o caso estava arquivado por não haver indícios de crime. Recorde-se de todos os momentos desde a madrugada de 15 de Dezembro de 2013, que provocaram a morte a seis estudantes universitários.

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Notícias Ao Minuto com Lusa
25/07/2014 13:02 ‧ 25/07/2014 por Notícias Ao Minuto com Lusa

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A tragédia começou com o desaparecimento de seis jovens na praia do Meco, em Sesimbra, na madrugada de15 de dezembro de 2013, arrastados por uma onda. O único sobrevivent, João Gouveia, foi transportado para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, com sinais de hipotermia.

Chamados pelo sobrevivente, a Polícia Marítima começou as buscas dos jovens, que pertenciam à Comissão Oficial de Praxes Académicas da Lusófona (COPA). Recorde-se que esta foi uma altura em que as ondas ascendiam os 12 metros.

Logo pela manhã, Tiago André Campos, estudante do curso de Comunicação Aplicada ao Marketing, Publicidade e Relações Públicas, foi a primeira vítima mortal a ser encontrada, algumas horas após o acidente. Tiago não morreu por afogamento, mas por ter partido a coluna cervical.

Entretanto, a Universidade Lusófona decretou três dias de luto, a 16 de dezembro, colocando cartazes pela faculdade em homenagem aos seis jovens.

Durante vários dias de buscas sem sucesso, foi encontrada uma das quatro raparigas desaparecidas, a 22 de dezembro. E a 23, encontraram os outros três cadáveres do sexo feminino perto da praia do Meco.

O descanso para todos os pais só aconteceu um dia depois do Natal, quando foi encontrado o último corpo desaparecido na praia da Fonte da Telha, em Almada.

Entre várias cerimónias em homenagem aos seis jovens que morreram no mar, com a presença de centenas de pessoas, os pais que aguardavam notícias do sobrevivente começaram a desesperar pela falta de informação.

A Universidade Lusófona ainda abriu um inquérito interno para "aclaração dos factos" ocorridos na praia, mas em nada deu.

O inquérito passou para a alçada do Procurador-coordenador da Comarca de Almada e entra em segredo de justiça.

A família do sobrevivente do acidente divulgou uma carta garantindo que o jovem "prestará todos os esclarecimentos" no "local certo e perante as instâncias competentes". Os familiares queixam-se de "injustiça", "especulação, notícias sem explicitação de fontes credíveis e construídas com base em comentários de quem nada sabe sobre os factos".

Os pais dos alunos que morreram reuniram-se para tomar uma posição concertada.

E em resposta um grupo de estudantes lançou um manifesto contra as praxes nas instituições de ensino superior: "Contra a praxe, não ficaremos em silêncio" é o nome do Manifesto Estudantil Anti-Praxe.

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) recebeu as associações de estudantes dos estabelecimentos de ensino superior, públicos e privados assim como a Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado para discutir as praxes académicas. E mais tarde, recebeu o conselho coordenador dos politécnicos, no âmbito de reuniões regulares, onde é abordada a questão das praxes e os reitores das universidades para discutir praxes.

No seguimento do inquérito, João Miguel Gouveia, o único sobrevivente, foi ouvido como testemunha pelo Ministério Público de Almada.

Relativamente à proibição das praxes, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afastou a necessidade de nova legislação sobre as praxes académicas, defendendo uma maior responsabilização das instituições de Ensino Superior.

Para tentar perceber os acontecimentos, a Polícia Judiciária de Setúbal fez reconstituição dos acontecimentos na praia do Meco.

Os pais dos seis jovens que morreram na praia do Meco anunciam "queixa-crime contra o sobrevivente, João Gouveia, algumas entidades e incertos".

Seis meses depois dos acontecimentos, os pais dos estudantes lamentam silêncio das autoridades responsáveis pelo processo e pediram à Procuradoria que os ajudasse "a descobrir a verdade".

Após várias tentativas por parte dos pais em perceber o que se passou naquela noite, o Ministério Público divulgou que o processo referente à morte dos seis jovens estava arquivado, concluindo não haver indícios de crime

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