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Após reunião, funcionários judiciais dizem que greves "estão para ficar"

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, António Marçal, assegurou hoje que as greves nos tribunais "estão para ficar", após uma reunião com a nova ministra da Justiça que não trouxe nada de novo.

Após reunião, funcionários judiciais dizem que greves "estão para ficar"
Notícias ao Minuto

13:40 - 18/04/24 por Lusa

País Funcionários Judiciais

"Nada. Boa vontade, conhecimento da situação, a afirmação de que o Governo está empenhado em encontrar uma solução, mas a solução que nós apontamos - que é a tal solução de emergência e que se impõe para evitar o fecho de tribunais -, a senhora ministra disse que não tem ainda condições para assumir e ficou por designar uma próxima reunião de trabalho, que não tem data. Levar-nos-á a manter efetivamente a nossa luta", afirmou.

António Marçal falava aos jornalistas à saída da primeira reunião no Ministério da Justiça, em Lisboa, com a nova titular da pasta, Rita Júdice, e mostrou-se descontente com a falta de respostas para os problemas imediatos desta classe profissional, que há mais de um ano tem efetuado diversas greves e que causaram o adiamento de milhares de diligências e atos processuais.

"As greves estão para ficar enquanto o Governo quiser", reiterou o presidente do SFJ, continuando: "Nós manteremos as formas de luta até haver não uma alteração do discurso, mas uma alteração da prática. É isso que nós assumimos. Estamos disponíveis para ser parte da solução, para encontrar soluções que sirvam não só os interesses dos trabalhadores, mas os interesses do país e para que a justiça funcione melhor. Mas isso significa que da parte do poder político tem de haver uma ação concreta".

Também o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), Carlos Almeida, foi recebido hoje no Ministério da Justiça e expressou à saída algum desapontamento por não ter encontrado já respostas "que o país exige" para a justiça. Sem "estados de alma", adiantou que deverá ser contactado na próxima semana para agendar uma nova reunião.

"A senhora ministra diz que não é possível dar respostas agora, mas que nos vai convocar nos próximos dias para começarmos a trabalhar", referiu, sublinhando: "Não se comprometeu com resposta nenhuma, mas voltaremos a insistir. O Governo conhece as reivindicações dos oficiais de justiça, a ministra também conhece e, mais do que isso, é urgente. Os tribunais estão paralisados e, portanto, não é possível continuar a insistir em estarmos parados".

Para Carlos Almeida, o aspeto prioritário entre as reivindicações da classe é a revisão da tabela salarial, porque isso terá reflexos na atração de mais recursos humanos para um setor atualmente deficitário.

"Não é possível atrairmos trabalhadores para os tribunais se não tivermos uma tabela salarial atrativa. Colocámos essa matéria como prioridade das prioridades, é evidente que são necessários ingressos, o regime de aposentação tem de ser revisto, o estatuto tem também de ser revisto... há uma série de fatores que é preciso analisarmos e a senhora ministra da Justiça comprometeu-se a analisar as reivindicações", sintetizou.

Os dois dirigentes sindicais destacaram igualmente que é preciso o Governo esclarecer se vai apostar numa justiça efetivamente ao serviço do povo e que possa dar respostas a todos, em vez de deixar os tribunais numa situação cada vez mais difícil e que acabe por reforçar outros sistemas de mediação judicial.

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