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'Burla' fiscal? "Não há nem verdade nem lealdade maior" que "cumprir"

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, falava numa conferência de imprensa em conjunto com o presidente do governo de Espanha.

'Burla' fiscal? "Não há nem verdade nem lealdade maior" que "cumprir"
Notícias ao Minuto

18:24 - 15/04/24 por José Miguel Pires com Lusa

País Luís Montenegro

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, esteve reunido com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, nesta segunda-feira, e aproveitou a conferência de imprensa conjunta para comentar a polémica em torno das propostas do Governo de redução fiscal, ainda que contornando o assunto.

"Não há nem verdade, nem lealdade maior de um Governo do que cumprir aquilo a que se propôs em campanha eleitoral e é nisso que o Governo português está absolutamente focado: Em cumprir a palavra, o compromisso, o contrato que estabeleceu com o povo português na última campanha eleitoral", disse.

Luís Montenegro foi questionado várias vezes sobre a proposta de descida do IRS (imposto sobre o rendimento de pessoas singulares) por jornalistas em Madrid, numa conferência de imprensa ao lado do homólogo de Espanha, Pedro Sánchez, e respondeu sempre que "não é a hora, nem o local próprio para aprofundar este tema".

"A medida de desagravamento fiscal que apresentámos no Parlamento português na semana passada será agora alvo de uma decisão do Conselho de Ministros, como também foi anunciado, e será depois aprofundado em detalhe todo o seu alcance", acrescentou.

Luís Montenegro disse ainda que o Executivo português que lidera não vai governar "a pensar na abertura dos telejornais, nem das páginas dos jornais do dia seguinte" ou "reboque daquilo que, com muita propriedade e com toda a legitimidade se comenta na praça pública".

Insistiu, a este propósito, por diversas vezes, em que "os portugueses podem estar tranquilos" porque o Governo vai "empreender toda a energia" no cumprimento das promessas e das propostas que a Aliança Democrática durante a campanha eleitoral.

Portugal-Espanha? "É um gosto manter viva esta chama de ligação"

Sobre as relações bilaterais com Madrid, o primeiro-ministro assegurou que "é um gosto manter viva esta chama de ligação" entre Portugal e Espanha.

"Não há diferenças partidárias que possam colocar em crise um segundo ou um milímetro da relação que aprofundamos há séculos ao serviço das pessoas", garantiu o líder do Governo português, defendendo que os instrumentos de política pública fazem sentido se servirem o interesse das pessoas e a vida das pessoas" e é isso que "une" Portugal e Espanha "numa relação de profunda amizade, cooperação e bom relacionamento".

Falando aos jornalistas, o primeiro-ministro português revelou ter discutido com Sánchez "a retoma das nossas cimeiras bilaterais", propondo que a próxima aconteça na segunda quinzena do próximo mês de outubro, em Portugal.

Luís Montenegro reiterou a importância conjunta de Portugal e Espanha em executar projetos "financiados por fundos que têm data limite e que correspondem ao cumprimento de agendas estratégicas" que unem os dois países. "Na área da energia, da tecnologia, do ambiente, todos os projetos que temos em comum, queremos executá-los, o mesmo se diga da conectividade que temos e por via disso também com o resto da Europa", acrescentou.

Na mesma conferência de imprensa, o líder do Governo português condenou ainda o ataque do Irão a Israel e "a necessidade que todos temos no contexto internacional, europeu e global, de travar qualquer escalada de violência que não é desejável em nenhuma circunstância".

Já sobre se acompanhará Espanha no esforço por reconhecer a Palestina como um estado, Montenegro preferiu reiterar a posição do Executivo, que "defende um cessar-fogo imediato que possa servir como caminho, não só para a paz, mas também para um apoio humanitário eficaz".

Palestina reconhecida como estado independente? "Não vamos tão longe"

"O Governo português defende hoje que possa ser atribuído estatuto de membro de pleno direito, na plenitude, na Assembleia Geral das Nações Unidas, à Palestina. É um sinal muito importante e relevante relativamente à prossecução do nosso posicionamento, o reconhecimento dos dois Estados: o de Israel e o da Palestina", disse Montenegro, na mesma altura em que Madrid tem-se batido por um maior reconhecimento do território.

"Não vamos tão longe como outros governos ainda, no que diz respeito a um reconhecimento do estado da Palestina, porque sustentamos que esse entendimento deve ser construído numa base multilateral, no seio da União Europeia e das Nações Unidas", concluiu.

[Notícia atualizada às 19h30]

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