"Está tudo bem, estamos confiantes. Evidentemente, temos previsto um dispositivo de segurança muito robusto. No geral, no conjunto dos Jogos, cada dia serão mobilizadas em França 30.000 forças da ordem - polícias e gendarmes -, mais 17.000 [elementos] de pessoal de segurança privada, contratados durante os Jogos. E apelámos a reforços internacionais. Quero agradecer a Portugal e às autoridades policiais portuguesas que nos vão enviar reforços na ordem de uma centena", declarou a embaixadora de França em Portugal.
Portugal vai enviar 54 militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) e 53 agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) para reforçar o dispositivo de segurança de Paris2024, indicaram à Lusa as autoridades nacionais, em 05 de abril.
A GNR irá "assegurar o reforço do policiamento, de uma forma conjunta e integrada com as forças e serviços de segurança francesas, através de ações de patrulhamento apeado e a cavalo, de segurança e fraude documental, de controlo de fronteiras e de deteção de explosivos com binómios cinotécnicos, nas cidades de Paris, Bordéus, Marselha e Chateauroux", detalhou a força de segurança militar.
A PSP, por seu lado, vai contar com equipas especializadas em cinotecnia e em inativação de engenhos explosivos, bem como polícias com a especialidade em patrulhamento e segurança em transportes públicos, detalhou à Lusa fonte da força policial.
"É muito importante para nós, sinceramente. Sei que a polícia, os gendarmes franceses e portugueses, trabalham sempre muito bem em conjunto. Durante a Jornada Mundial da Juventude, em agosto passado em Lisboa, enviámos também reforços franceses para a segurança da JMJ. É uma troca de bons procedimentos. Estamos muito satisfeitos, uma vez mais, de constatar o excelente nível de cooperação entre a França e Portugal", destacou.
Nações "do mundo inteiro" responderam ao apelo francês para reforçar o contingente de segurança, algo que, segundo Hélène Farnaud-Defromont, "ilustra verdadeiramente os valores e o espírito olímpico".
"Há este hábito de entreajuda, cooperação, solidariedade. É um evento extraordinário. E o país e a cidade que os acolhem, a cada quatro anos, fazem amiúde um apelo à cooperação internacional para a segurança. Normalmente, os países respondem 'presente' e ficam felizes por participar também na segurança", notou.
Em entrevista à Lusa, a embaixadora francesa assumiu ainda que a cerimónia de abertura, que pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos decorrerá "no exterior, ao ar livre", no rio Sena, é "um enorme desafio em termos organizacionais, de segurança, mas vai permitir que muitos mais espetadores assistam à abertura dos Jogos Olímpicos", agendada para 26 de julho.
"Serão cerca de 200.000 pessoas aquelas que poderão assistir verdadeiramente aos Jogos, participar e estar presentes fisicamente junto ao Sena, nos diferentes locais previstos, e penso que todas as entradas, todos os bilhetes para assistir a essa grande festa do início dos Jogos Olímpicos, serão vendidos", estimou.
A diplomata recordou que também a abertura dos Jogos Paralímpicos, em 28 de agosto, acontecerá no exterior, na Praça da Concórdia, "outra grande 'premiére' mundial para os Jogos".
"O desafio é considerável mas estamos otimistas", concluiu, afastando qualquer preocupação relativamente a questões de segurança durante os Jogos Olímpicos (26 de julho a 21 de agosto) e Paralímpicos (28 de agosto a 08 de setembro).
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