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Abusos. Igreja quer pagar "reparações financeiras" antes do final de 2025

Os detalhes para as indemnizações das vítimas de abusos sexuais que aconteceram no seio da Igreja Católica não foram revelados, mas a Conferência Episcopal Portuguesa referiu que o processo não deveria demorar.

Abusos. Igreja quer pagar "reparações financeiras" antes do final de 2025

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, falou, esta quinta-feira, aos jornalistas, após ser conhecido que a Igreja aprovou a "reparações financeiras", termo usado pelos bispos, a vítimas de abusos.

"O próprio contacto com as vítimas vai ser importante para agilizar uma forma o mais justa possível", afirmou, em declarações, em Fátima, sem dar grandes detalhes sobre os critérios.

O responsável foi questionado sobre o tempo que demorará a entregar as reparações financeiras, explicando: "Não vejo que isso tenha de ser demorado. Não espero nada ter de chegar ao fim de 2025 para isso. Acho que se faz em tempo mais curto".

D. José Ornelas admitiu ainda que a entrega das compensações financeiras será feita não só às 19 vítimas de abuso sexual que já manifestaram interesse em recebê-las, como a casos que eventualmente possam surgir. "Serão aqueles que chegarem. Se chegarem mais casos, são esses que serão considerados", garantiu.

Após admitir que não iria dar muitos critérios sobre a forma como as compensações seriam atribuídas, dado que é preciso também ouvir as vítimas, D. José Ornelas foi questionado sobre se, no âmbito das compensações, se falava apenas em casos que autonomamente a Igreja decidiria ou se se trataria apenas de casos com trânsito judicial. "Esse é um dos critérios de saber. Se uma pessoa já passou no tribunal e se o caso foi objeto de julgamento e se já teve uma indemnização nesse caso. Que seja muito claro, agora ou sempre, se um tribunal determina para um caso uma indemnização, é essa a indemnização. Nós não estamos acima da lei e isso é muito claro. Nós não estamos simplesmente a assumir uma questão judicial. Esta é uma vontade da Igreja em Portugal de se pôr ao lado das vítimas - daquelas que não tiveram coragem ou situação psicológica capaz de se manifestarem e tornarem patente à Igreja a situação", respondeu, acrescentando que os critérios não seria "autónomas e arbitrários", mas sim pautados por justiça. "Temos daqui até junho para resolver estas coisas. Em junho, vamos estar prontos para receber essas pessoas",  afirmou.  

A 209.ª da CEP, que decorreu entre 8 e 10 de abril, em Fátima, já terminou e aprovou "de forma unânime", a atribuição de compensações financeiras, "com caráter supletivo", a vítimas de abusos sexuais contra crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal.

[Notícia atualizada às 15h39]

Leia Também: Bispos aprovam compensações financeiras a vítimas de abusos da Igreja

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