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Pedro Nuno ausente da tomada de posse? "Importância é zero"

O antigo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, comentou a atualidade política, nomeadamente a tomada de posse do novo Governo.

Pedro Nuno ausente da tomada de posse? "Importância é zero"
Notícias ao Minuto

23:51 - 04/04/24 por Notícias ao Minuto

Política Ferro Rodrigues

Eduardo Ferro Rodrigues, antigo presidente da Assembleia da República, desvalorizou a ausência do secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, da tomada de posse do novo Governo, encabeçado por Luís Montenegro.

"A importância que dei a esse facto foi zero, embora é evidente que há uma prática. Quem não vai por motivos políticos, normalmente explicita os motivos políticos. Pedro Nuno Santos disse que pura e simplesmente não tinha podido ir. Tenho que aceitar essa aceitação como válida", disse Ferro Rodrigues, antigo dirigente do PS, em entrevista à SIC Notícias.

Sobre o arranque da nova legislatura, o antigo presidente do Parlamento saudou "situações em que imperou a responsabilidade". "O termo responsabilidade é o fundamental para os meses ou mesmo anos que vêm aí. Houve momentos em que imperou a responsabilidade, como foi o caso do que aconteceu no Parlamento e em que foi possível encontrar uma solução", continuou, referindo-se à eleição do novo presidente da Assembleia da República.

Ferro Rodrigues disse, ainda, que gostou de ouvir o atual líder do PS, Pedro Nuno Santos, dizer que o partido irá ser uma "oposição responsável". Sobre a eventualidade de ser um 'bloqueio', tal como alertou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, no seu discurso de tomada de posse, o antigo dirigente socialista argumentou que "em Democracia não há bloqueios".

"É necessário que todos assumam as suas responsabilidades, a começar pelo partido que ganhou as eleições, que festejou naquela noite", reiterou afirmando que "a primeira responsabilidade é do Governo".

Afastou, no entanto, que as palavras de Montenegro tenham sido de 'chantagem'. "O primeiro-ministro teve um discurso que não foi feliz, porque criou essa possibilidade", reconheceu, admitindo que "as palavras morrem no dia a seguir, quando há atos que permitem que assumam as suas responsabilidades, todos".

"O Presidente da República é um dos grandes responsáveis pela crise política"

De seguida, Ferro Rodrigues apontou armas a Marcelo Rebelo de Sousa, argumentando que "o Presidente da República é um dos grandes responsáveis pela crise política, pela realização de eleições antecipadas e por esta situação de que saiu este Parlamento sem uma maioria".

Por isso, a partir de agora, "terá que ter um papel proativo". "Não me passa pela cabeça que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que já dissolveu a Assembleia [da República] duas vezes, dissolva a Assembleia três vezes em quatro anos. Seria recorde, não sei se mundial, mas pelo menos europeu em Democracia", retorquiu.

"Uma coisa é certa, se o PSD quiser ter estabilidade política, tem que considerar que o PS tem um programa e há linhas vermelhas que não pode ultrapassar", alertou ainda Ferro Rodrigues, admitindo que, antes da aprovação do Orçamento de Estado para 2025, há um "primeiro problema": Saber se há um Orçamento Retificativo ou não.

A possibilidade de o PS aprovar um eventual Orçamento Retificativo é bem vista pelo antigo dirigente socialista, "desde que isso não pusesse em causa os grandes aspetos fundamentais do programa do PS". "Se houver um Orçamento Retificativo, grande parte do problema ficará anulada em relação ao Orçamento que se segue".

A viabilização do Orçamento de Estado para 2025, por sua vez, dependerá da capacidade de "diálogo".

AD nos "braços" do Chega? "Por amor ou por amizade"

Sobre se não teme que o PS possa, eventualmente, 'empurrar' a Aliança Democrática (PSD/CDS-PP/PPM) para os 'braços' do Chega, Ferro Rodrigues retorquiu: "Acho que ninguém vai para os braços de ninguém empurrado. Só se vai para os braços de alguém - pode não ser por paixão - mas pelo menos por amor ou pelo menos por amizade". Por necessidade, "ninguém".

"Se tive alguma responsabilidade no crescimento do Chega de um para oito deputados, então também deve ser posto a meu crédito o PS ter ganho com maioria absoluta. Ora, não acho que isso seja razoável", explicou também o antigo presidente da Assembleia da República.

Já sobre o seu sucessor, José Pedro Aguiar-Branco, Ferro Rodrigues disse que é "uma pessoa com grande experiência parlamentar" e "muito cordial", o que é "muito importante".

Aproveitou, também, para recusar que tenha em mente uma candidatura à Presidência da República. "É um não definitivo, sim", argumentou, rejeitando indicar um nome favorito para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa.

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