“Na altura fiquei muito agradada e ao mesmo tempo com muito medo, não era uma coisa fácil de fazer”, recorda Júlia Pinheiro ao jornal i sobre o seu papel como moderadora no programa ‘A Noite da Má Língua’, que arrancou em 1994 e foi este sábado revisitado no ‘Perdidos e Achados’ da SIC.
O formato era inovador para a época. O painel de ‘comentadores’ que utilizavam o humor mordaz como ‘arma’ era composto por Rita Blanco, Miguel Esteves Cardoso, Manuel Serrão e Rui Zink com a atual diretora de programas da SIC ao leme.
A apresentadora sublinha que a ideia era criticar tudo “sem complacência” e os efeitos depressa se fizeram sentir, com muitas pessoas da política a virarem-lhe a cara depois de se verem visados no programa.
“Fazia parte. Essas coisas nunca me preocuparam, nunca tive desejo de proximidade com a classe política. Se estavam zangados, tudo bem, não havia problema nenhum”, recorda.
O carater mordaz do programa refletia-se nos patrocínios que, no início, não existiam, pois as marcas não se queriam ver associadas ao que era dito nas transmissões. O primeiro patrocinador foi um produto para a azia. “E aquilo causava azia a muita gente”, brincou a apresentadora.