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Aposta da UE na Defesa com novo comissário é "inevitável e necessária"

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, diz ser "inevitável e necessário" que a União Europeia (UE) coopere na área da Defesa e reforce capacidades militares, defendendo um novo comissário europeu da tutela para salvaguardar os interesses europeus.

Aposta da UE na Defesa com novo comissário é "inevitável e necessária"
Notícias ao Minuto

06:55 - 20/02/24 por Lusa

País João Gomes Cravinho

"Eu creio que é inevitável e necessário (...) e espero que as decisões assumidas pelas lideranças europeias nessa altura, mais próximo do final do ano, correspondam a essa necessidade", de apostar na área da Defesa no próximo ciclo institucional perante o contexto geopolítico, disse o chefe da diplomacia portuguesa em entrevista à agência Lusa em Bruxelas.

Prestes a terminar o mandato, dadas as eleições legislativas de março, João Gomes Cravinho avisou que, se a UE não harmonizar as suas "múltiplas capacidades militares" ou se não reforçar a sua capacidade de desenvolver indústrias europeias de defesa e de controlo próprio "para que possa tomar as suas decisões e ações de acordo com as necessidades", será, frisou o ministro, "condenada a um lugar secundário, que é o que tem tido, muito longe das ambições europeias".

"Até há uns 10 ou 12 anos, havia algum orgulho em dizer que a UE era uma potência civil, não uma potência militar, mas acontece que o mundo de há 10 ou 12 anos, nada tem a ver com o mundo atual", acrescentou.

Questionado sobre a criação do cargo de comissário europeu da Defesa, que tem vindo a ser falado em Bruxelas, João Gomes Cravinho falou numa "evolução absolutamente necessária".

"Daria um sinal de que nós, como europeus e como UE, estamos disponíveis para promover os nossos interesses e defender aquilo que são os nossos valores", vincou o governante.

De acordo com João Gomes Cravinho, a ideia seria que este responsável europeu tivesse "a missão de trabalhar a parte das indústrias de defesa e (...) também de coordenação em matéria das forças armadas, de os chamar para reuniões".

"Estas matérias são de alguma sensibilidade soberana e, portanto, há limites em relação àquilo que se pode fazer. Não é uma matéria como outras - energia e agricultura -, em que podemos ter uma coordenação profunda", comparou, numa alusão à divisão de competências da UE.

Para João Gomes Cravinho, "já não é uma opção pensar numa Comunidade Europeia de Defesa", mas sim "é uma absoluta necessidade para os tempos mais próximos".

Negociada nos anos 1950 para coordenar as forças armadas de toda a Europa, a Comunidade Europeia de Defesa acabou por não avançar por rejeição da Assembleia Nacional (parlamento) francesa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem vindo a defender que, perante um potencial novo mandato à frente da instituição, irá ter um comissário para a Defesa para facilitar a cooperação na UE nesta área e o reforço das capacidades militares.

A União Europeia tem insistido na ideia de autonomia estratégica, proclamada pela presidente da Comissão, pelo Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, e também pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Recentemente, a Alemanha, a Polónia e os Países Baixos anunciaram a intenção de criar um "corredor militar" para facilitar a movimentação de tropas dos 27 Estados-membros dentro do território da União, para precaver uma eventual invasão de um país terceiro ou o que um conflito exterior à UE possa alastrar ao território do bloco comunitário.

Em simultâneo, os 27 querem aumentar as capacidades militares, principalmente a produção de armamento, principalmente face ao conflito na Ucrânia causado pela invasão russa, que no próximo sábado cumpre dois anos.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Putin "não quer apenas um pedaço de território", quer "destruir" a UE

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