Em declarações à Lusa, José Antunes disse que ou as comparticipações do Estado para os acordos de cooperação sobem para os 50%, ou então as IPSS podem ter de cortar nas respostas sociais que dão à comunidade.
"Estamos literalmente no fio da navalha. É o aumento do salário mínimo, é a inflação, são os custos da eletricidade, é toda uma série de fatores que nos deixam em sérias dificuldades", referiu.
Ressalvou que "obviamente" concorda com o aumento do salário mínimo, mas disse que as IPSS precisam de apoio para suportar mais esse encargo adicional.
Na quarta-feira, a União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) de Braga vai ter uma audiência com o Presidente da República, para lhe dar conta das preocupações das IPSS.
A UDIPSS de Braga tem cerca de 300 associados, com capacidade para 55 mil utentes.
No total, conta com 44 mil acordos de cooperação com a Segurança Social.
"Neste momento, a comparticipação estatal anda à volta dos 40%, mas urge que esse valor suba rapidamente para os 50%, em nome da sustentabilidade financeira das IPSS", apontou José Antunes.
Para este responsável, é também preciso acelerar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com o pagamento atempado das comparticipações aprovadas.
"Muitas vezes, com os atrasos que se têm registado, as comparticipações chegam quando o preço dos bens a adquirir já aumentou consideravelmente, o que se traduz num óbvio prejuízo", referiu.
José Antunes disse ainda que vai alertar Marcelo Rebelo de Sousa para a necessidade de consagrar o "direito à proteção social" na Constituição.
A necessidade de construção de mais lares residenciais para deficientes e a criação de condições financeiras para a contratação de mais técnicos são outras questões que as IPSS de Braga vão fazer chegar ao Presidente da República.
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