Urgências? "Insuficiências multiplicaram-se no Natal e teme-se o pior"
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) frisou que "a falta de médicos no SNS continua a falar mais alto do que o ilusionismo do Ministério de Manuel Pizarro".
© Global Imagens
País FNAM
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) afirmou, esta quarta-feira, que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, "não teve a competência de conseguir atrair e fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
"O encerramento e condicionamento de quase metade dos Serviços de Urgência (SU) de norte a sul do país, foi algo que se tornou trivial neste Ministério da Saúde liderado por Manuel Pizarro, que não teve a competência de conseguir atrair e fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), num ano em que o número de médicos reformados atingiu o pico de 822", começa por frisar, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
De acordo com o sindicato, "as insuficiências multiplicaram-se durante o Natal, e teme-se o pior para os últimos dias do ano, onde os períodos após as celebrações são tradicionalmente mais exigentes para os SU".
"A falta de médicos no SNS continua a falar mais alto do que o ilusionismo do ministério de Manuel Pizarro, que insiste em anunciar o regresso de uma normalidade que só existe no seu imaginário", adianta ainda.
Dando o exemplo de hospitais a "funcionar abaixo dos mínimos", colocando "médicos e doentes em risco", a FNAM realça que no Centro Hospitalar Universitário de Santo António (CHUdSA), no Porto, os "médicos internos têm sido forçados a colmatar a falta de médicos especialistas".
"Há dias com um único médico interno a assegurar urgência externa de Medicina Interna, e em simultâneo pelo menos 140 doentes internados a cargo dessa especialidade, sem médico especialista na escala de urgência interna, situação que se prevê que se mantenha a partir de janeiro", explica.
Por sua vez, no Hospital de Leiria, no Centro, a situação tornou-se "particularmente grave com médicos a praticar 'medicina de catástrofe'". "E durante o fim de semana que terminou no dia de Natal, [havia] serviços dependentes de apenas dois médicos especialistas e dois internos de formação geral, que não têm a experiência necessária para, com a necessária segurança para os doentes, praticarem atos médicos de forma autónoma", adianta ainda.
A FNAM termina a nota a frisar que "mantém a defesa das condições laborais dos médicos, como garante do SNS e desafia o próximo Governo a ter a sensatez de assumir uma negociação séria e competente, para um acordo que garanta salários justos e condições de trabalho dignas para dotar o SNS de médicos nas várias especialidades".
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