Gémeas luso-brasileiras? "Não houve nenhum contacto como ministra"

Ministra nega ter tido qualquer interferência no caso das gémeas tratadas no Hospital de Santa Maria.

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Notícias ao Minuto com Lusa
28/11/2023 22:30 ‧ 28/11/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

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Marta Temido

Marta Temido, antiga ministra da Saúde, negou, esta terça-feira, ter tido qualquer interferência no caso das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal que receberam no Hospital de Santa Maria um tratamento com um dos medicamentos mais caros do mundo.

"Se houve interferência política não lhe sei dizer, eu posso dizer é aquilo em que sou parte. No que sou parte, eu não tive qualquer contacto no sentido de qualquer contacto político, no sentido de resolver o problema daquele tratamento e também não fiz qualquer contacto político no sentido de pressionar para que o tratamento fosse feito", disse a ex-governante, em declarações na RTP3, após ser questionada sobre se houve interferência política no caso.

"Não houve nenhum contacto como ministra da Saúde no sentido de pressionar para, no fundo, interferir para um determinado resultado. A ministra da Saúde não fez um contacto nesse sentido, nem acredito, por aquilo que conheço dos médicos, que isso fosse possível", reiterou.

Interrogada sobre o momento em que teve conhecimento do caso, a socialista disse haver "dois momentos".

"Há o momento do conhecimento, que eu certamente tive na altura e que já não me recordava, com toda a franqueza, e há um momento agora, de um conjunto de noticias sobre o tema", referiu.

"Houve várias crianças, cujo nome era conhecido para ser tratado e havia duas gémeas e, portanto, o facto de serem duas gémeas de facto fica na retina, fica na memória, mas não tinha mais memória do que isso", frisou.

De realçar que, na última semana, Marta Temido manifestou total disponibilidade para prestar esclarecimentos sobre o caso, tanto no Parlamento, como os esclarecimentos que lhe sejam pedidos pelo Ministério Público ou entidades de saúde.

O Ministério Público confirmou a 24 de novembro que instaurou um inquérito sobre o caso de duas gémeas vindas do Brasil que foram tratadas no Hospital Santa Maria com o medicamento Zolgensma.

"Confirma-se a instauração de inquérito relacionado com os factos referidos. O processo encontra-se em investigação no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa e, por ora, não corre contra pessoa determinada", lê-se numa resposta da Procuradoria-Geral da República (PGR) enviada à agência Lusa.

Este caso foi revelado por reportagens da TVI, transmitidas desde 3 de novembro, que relatam que duas gémeas de origem brasileira, que entretanto adquiriram nacionalidade portuguesa, vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal, o que representou um custo total de quatro milhões de euros.

A TVI tem repetido que neste caso há suspeitas de influência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que negou, mais do que uma vez, qualquer interferência.

Numa das reportagens, a TVI indicou que a primeira consulta das gémeas terá sido marcada por ordens superiores do Ministério da Saúde, liderado, na altura, por Marta Temido.

O caso está também a ser analisado pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e é objeto de uma auditoria interna no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, do qual faz parte o Hospital de Santa Maria.

Leia Também: Caso das gémeas? "Está aberto um inquérito e eu estou satisfeito"

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